O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite
(PSDB), colocou-se como agente político na busca de uma alternativa ao
presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) nas eleições presidenciais, e disse que irá trabalhar para que Ciro
Gomes (PDT) "esteja à mesa nessa discussão".
Durante participação no Jogo Político especial, do O
POVO, nesta quarta-feira, 20, Leite foi questionado sobre uma participação do
pedetista na definição de uma candidatura única de terceira via. "Eu acho
que é importante. O Ciro protagoniza o processo político, tem uma posição
importante nas pesquisas. Claro, existem diferenças que precisam ser colocadas
à mesa, para buscar entendimento, especialmente no que diz respeitos às
questões econômicas", afirmou.
Leite pondera que existem divergências sobre o
programa econômico de Ciro, mas nada que não possa ser discutido.
"A gente não deve sentar para conversar apenas com quem concorda com
a gente".
"Se houver
possibilidade de construção de convergências, que supera essa diferenças, eu
entendo que essa conversa precisa ser feita. Da minha parte, como eu disse, eu
sou agora um agente que trabalha politicamente em torno dessa alternativa para
o Brasil, não necessariamente um candidato. No que eu puder colaborar para que
Ciro esteja à mesa nessa discussão, eu terei tantas conversas quanto ele
entender pertinente", completou.
O ex-governador do Rio
Grande do Sul defendeu ainda que haja conciliação entre os partidos da terceira
via, já que "nenhum deles tem uma candidatura que se sobressaia em
intenção de votos nesse momento". "Todos tem que ter humildade de
sentar, conversar e buscar composição".
Leite relata que percebeu
"sincera disposição" entre dirigentes de partidos que teve conversas
até o momento, citando a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, com quem se reuniu
recentemente.
Para ele, a ideia reflete
inclusive na sua aproximação do ex-governador de São Paulo, João Doria, para
quem perdeu as previas do PSDB.
"Falei pro Doria:
não há hipótese de eu estar nesse processo conflagrando, fazendo dispersar
energias, promovendo enfrentamentos. Eu renunciei do meu mandato de governador
para me colocar à disposição e ajudar a construir a discussão de uma agenda de
futuro para o Brasil", disse, ao comentar encontro que teve com o paulista
ontem, 19.
O POVO