Cada vez mais isolada, a Rússia desistiu de colocar
uma resolução humanitária sobre a Ucrânia em votação no Conselho de Segurança
da ONU nesta sexta-feira, ao saber que carece do apoio dos aliados mais
próximos, segundo vários diplomatas que pediram anonimato à AFP nesta
quinta-feira, 17.
"Recorreram ao co-patrocínio" para seu
texto sobre o aspecto humanitário "e não houve retorno", disse um
embaixador que pediu para não ter a identidade revelada, insinuando que nem a
China nem a Índia apoiam a polêmica iniciativa russa e não votariam a favor.
A Rússia, que apresentou
um projeto de resolução ao Conselho de Segurança na terça-feira, pediu uma
votação na quarta-feira antes de mudar de ideia e adiá-la para quinta-feira e
depois para sexta-feira.
Moscou esperava contar
com o apoio da China e da Índia, dois países que se abstiveram em 25 de
fevereiro na votação da resolução apresentada pelos Estados Unidos e pela
Albânia para denunciar a "agressão" da Ucrânia, vetada pela Rússia.
"Esta semana,
perversamente, a Rússia apresentou uma resolução que, entre outras coisas,
pedia proteção para civis, incluindo mulheres e crianças. É um jogo cínico
diante do sofrimento humano extremo", criticou a embaixadora britânica na
ONU, Barbara Woodward, nesta quinta-feira na quinta reunião do Conselho de
Segurança dedicada à Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de
fevereiro.
"Justamente quando
as forças russas atacaram Mariupol", em particular um teatro que abrigava
centenas de pessoas e crianças, completou a diplomata britânica.
"A Ucrânia nunca
será uma vitória para Putin. Independentemente do progresso que ele fizer, ou
das pessoas que ele matar ou das cidades que ele destruir", afirmou a
embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
O POVO