Ao longo de mais de duas décadas de carreira, a
vocalista Paulinha Abelha construiu forte relação com o público LGBTQIA+.
Essa ligação tinha até hino, a música "Baby Doll", sucesso dos
anos 2000 que seguia no repertório da banda Calcinha Preta. A cantora, que
morreu nesta quarta-feira, 23, em decorrência de problemas renais, chegou a
prestar homenagem à diversidade do seu público no último DVD lançado pelo
grupo, uma coletânea celebrativa dos 25 anos do Calcinha Preta. Paulinha usou
figurino com as cores do arco-íris e bradou: "Abaixo o preconceito".
“Eu sou a cantora de forró que mais defende a
bandeira gay, porque a Joelma é do Calypso, né?”, brincou a artista em
entrevista ao Gay Blog BR. Em lives realizadas pela banda ao longo da pandemia
de Covid-19, a intérprete reforçou essa aproximação: "É o público que me
abraça, me acolhe".
A cantora estava
internada de o dia 11 de fevereiro, por causa de problemas renais. Entretanto,
em uma semana, ela entrou em coma após uma piora. Com a situação, Paulinha
Abelha foi diagnosticada com uma bactéria no cérebro.
As informações foram
confirmadas pela assessoria de imprensa do Hospital Primavera e publicadas
nas redes sociais da banda Calcinha Preta.
"O Hospital
Primavera comunica, com pesar, que a cantora, Paula de Menezes Nascimento Leca
Viana, Paulinha Abelha, faleceu hoje às 19h26 em decorrência de um quadro de
comprometimento multissistêmico", escreveu em nota.
"Nas últimas 24
horas apresentou importante agravamento de lesões neurológicas, constatadas em
ressonância magnética, e associada a coma profundo. Foi então iniciado
protocolo diagnóstico de morte encefálica, que confirmou hipótese após exames
clínicos e complementar específicos", continuou.
Conheça Paulinha Abelha
Paulinha Abelha é o nome
artístico de Paula de Menezes Nascimento Leça Viana. Nascida em Simão
Dias, Sergipe, a artista iniciou sua carreira aos 12 anos, cantando em
trios elétricos nas cidades do interior de seu estado natal.
A primeira banda que
participou foi formada por ela mesma. O grupo chamado "Flor de Mel"
acabou sendo descontinuado por falta de recursos financeiros. A cantora
permaneceu no projeto por três anos. Em seguinda, ela ingressou na banda
"Panela de Barro", onde também permaneceu por três anos.
No fim da década de 90,
Paulinha foi descoberta por Gilton Andrade, empresário e diretor da banda
Calcinha Preta. Com isso, a cantora passou a ingressar o grupo e ganhar
destaque como uma das principais vozes da banda, onde permaneceu por 12
anos. Durante esse período, ela participou da gravação de 22 álbuns e 3
DVD.
No início de 2010,
Paulinha entrou para a banda GDO do Forró, mas não permaneceu por muito
tempo. Meses depois, ela saiu do grupo para dar início a um novo projeto com
seu então marido Marlus Viana, também ex-integrante do Calcinha Preta. Mas em
2014 o casal anunciou o retorno para a banda.
Em 2016, Paulinha saiu
novamente do Calcinha Preta para criar o trio Gigantes do Brasil,
com Silvânia Aquino e Daniel Diau. Mas o grupo não permaneceu por
muito tempo e no mesmo ano foi anunciado seu fim. Com isso, as duas cantoras
criaram o projeto Silvânia & Paulinha.
Em 2018, a dupla desistiu
do projeto e retornou a Calcinha Preta, onde Paulinha permaneceu até os dias
atuais. Ao longo de sua carreira, a cantora ficou conhecida por grandes sucessos
como "Louca Por Ti", "Baby Doll", "Vou Te
Dominar", "Armadilha", "24 horas de Amor", "Abra o
Meu Coração", "Ainda Te Amo", "Tutti-Frutti", entre
outras.
O POVO