A CPI da Covid-19, aprovou, em sessão nesta terça-feira (3), requerimento de pedido à Justiça para que a secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, a médica cearense Mayra Pinheiro, seja afastada do cargo. A solicitação foi feita pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Mayra Pinheiro é uma das 14 pessoas listadas pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), como investigadas pela Comissão. Em depoimento à CPI em maio, fez longa defesa do uso da hidroxicloroquina, admitindo que a Pasta federal deu orientações a médicos de todo o País para a adoção do tratamento precoce.
Além disso, Randolfe Rodrigues indicou que ela "mentiu ou entrou em contradição em ao menos 11 oportunidades" durante depoimento aos parlamentares.
A Comissão aprovou, em junho, requerimento pedindo a transferência dos sigilos telemático e telefônico da secretária. Em vídeo obtido pela CPI, ela afirmou ter enviado, a senadores governistas, perguntas a lhe serem feitas durante a sessão.
Na
gravação, ela chega a ironizar o próprio apelido, "Capitã
Cloroquina", atribuído a ela em razão da defesa do medicamento.
Para Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, Mayra Pinheiro não tem mais condições de seguir na Pasta. "Não dá para o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) manter na sua equipe uma pessoa que pensa totalmente diferente da ciência", comentou.
EXTENSÃO
DO PEDIDO
Conforme
o jornal Folha de S. Paulo, o pedido de afastamento será estendido ao ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, sob a justificativa de que a médica teria cometido
crime contra a vida por prescrever medicamentos sem comprovação de eficácia.
Diário do Nordeste