Na
reta final para anúncio oficial do Renda Brasil, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, acenou em reuniões com a equipe técnica e parlamentares, nesse fim de
semana, com a concessão de um benefício médio de R$ 247 para o programa que vai
substituir o Bolsa Família. O valor, no entanto, ainda pode ser maior.
O
novo programa social do governo prevê três “atos” ao longo da sua implantação
que dependerão da recepção da proposta no Congresso: 1) transferência de renda
com o fim do auxílio emergencial de R$ 600 e aumento dos beneficiários do Bolsa
Família; 2) um novo emprego, batizado de Carteira Verde Amarela, com a
implantação do chamado “imposto negativo”; e 3) a desoneração da folha de
salários (redução nos encargos que as empresas pagam sobre salários).
Para
garantir a elevação do benefício médio dos atuais R$ 190 para R$ 247 serão
necessários R$ 52 bilhões por ano. A fonte de recursos, além do orçamento do
próprio Bolsa Família, se dará pela extinção de programas considerados
ineficientes:
abono
salarial (benefício de um salário mínimo voltado para quem ganha até dois
pisos, mas que acaba sendo recebido também por jovens de classe média em início
de carreira);
salário-família (
pago a trabalhadores formais e autônomos que contribuem para a Previdência Social,
de acordo com a quantidade de filhos);
seguro-defeso (pago
a pescadores artesanais no período de reprodução dos peixes, quando a pesca é
proibida, mas com alto índice de irregularidades);
Farmácia
Popular (promove a distribuição de medicamentos de uso comum, para
tratamento de hipertensão, diabetes e asma, por exemplo; também é considerado
sem foco pelos técnicos, por beneficiar famílias independentemente de sua
renda).
A
área econômica também vai sugerir ao Congresso cortes de outras despesas, como
auxílios aos servidores (conhecidos como penduricalhos) e fim verbas
indenizatórias dos altos salários, sobretudo do Judiciário.
A ala política do governo tem pressa porque que fazer a “aterrissagem” do auxílio emergencial de R$ 600 no Renda Brasil. A preocupação é que a oposição na Câmara se antecipe e acabe apresentando uma proposta de programa que garanta uma renda básica com seu próprio carimbo.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA