O
levantamento faz parte da segunda fase de investigação da CGU sobre os repasses
do auxílio emergencial no Ceará. O prejuízo estimado pelo órgão no Estado com o
pagamento irregular do auxílio é de R$ 9.083 milhões. Os dados foram obtidos a
partir de cruzamentos da própria Controladoria.
Perfil
De
acordo com a CGU, entre os cearenses que teriam recebido indevidamente o
auxílio emergencial estão: 7.844 proprietários de veículos de valor superior a
R$ 60 mil; 4.260 sócios de empresa cujo número de funcionários passa de cinco;
1.084 pessoas com domicílio no exterior; 535 proprietários de embarcações de
alto valor e quatro doadores de valores superiores a R$ 10 mil a candidatos na
última eleição de 2018.
Segundo
o superintendente da CGU no Ceará, Giovanni Pacelli, existem três hipóteses que
podem explicar o pagamento irregular do benefício a essas pessoas. Uma delas
são falhas no próprio sistema do Governo Federal.
"Outra
hipótese é que algumas dessas pessoas realmente sejam pobres e elas não sabem
que têm carro, barco no nome delas, são laranjas; e a outra hipótese é que são
pessas que pediram, declararam que se enquadraram nas regras e receberam a
primeira e segunda parcela", explicou.
Agora
a CGU vai notificar pelos Correios cada suspeito de receber indevidamente o
pagamento e monitorar a devolução do dinheiro. No total, 13.727 cearenses
teriam recebido o auxílio emergencial sem ter direito.
Na
primeira fase da investigação da CGU, o órgão detectou em conjunto com o
Tribunal de Contas do Estado (TCE) o pagamento do benefício a mais de 24 mil
servidores públicos estaduais e municipais que supostamente receberam o auxílio
de forma irregular.
Auxílio
Quem
tem direito ao auxílio emergencial são os inscritos no CadÚnico;
microempreendedores individuais; contribuintes individuais ou facultativos do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); os trabalhadores informais e os
inscritos no programa Bolsa Família.
Para
receber o benefício, as pessoas deverão ter renda mensal de até meio salário
mínimo ou renda mensal de até três salários mínimos na família inteira e não
podem ter rendimentos acima de R$ 28 mil em 2018.
Diário do Nordeste