A
Polícia Civil do Ceará (PCCE) investiga práticas fraudulentas em dois processos
de compras de equipamentos de proteção individual (EPIs). Conforme os
investigadores, os equipamentos vinham sendo adquiridos pela Prefeitura de
Fortaleza e Prefeitura de Maracanaú, município da Grande Fortaleza.
Na
manhã dessa quarta-feira (3), os policiais deflagraram a Operação Alcateia. Segundo a
Polícia, uma família proprietária de, pelo menos, quatro empresas estaria em
conluio negociando os EPIs com preços superfaturados. Conforme a Polícia,
máscaras que tinham preço médio de R$ 5 vinham sendo comercializadas por R$ 92.
Até agora a investigação apontou um prejuízo de, pelo menos, R$ 17 milhões aos
cofres municipais. Não foram divulgados nomes das empresas e dos proprietários.
Durante
as diligências da Operação Alcateia foram cumpridos nove mandados de busca e
apreensão em dois hospitais, sedes das empresas e residências dos suspeitos.
Ninguém foi preso. Foram apreendidos quase R$ 17 mil e equipamentos
eletrônicos, como celulares e computadores, que devem passar por perícia e
auxiliar no desdobramento da investigação.
Alvos
As
investigações tiveram início há quase dois meses, após a Delegacia de Combate à
Corrupção (Decor) receber denúncias sobre fraude nos processos de compra dos
produtos a serem distribuídos para o Hospital Zilda Arns Neumann, conhecido
como Hospital da Mulher, em Fortaleza, e o Hospital Municipal de Maracanaú.
Em
nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza negou que tenha havido
compra ou qualquer pagamento referente à aquisição dos objetos que culminaram
na operação policial. A Pasta disse que a "operação de busca e apreensão
em suas dependências foi totalmente descabida", se referindo às
diligências realizadas no Hospital da Mulher. Já a Prefeitura de Maracanaú
disse que aguardava mais detalhes sobre a investigação para se manifestar oficialmente.
O
delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Marcus Rattacaso, afirmou que
familiares de diferentes empresas acertaram entre si fraudar processos de
compra e apresentar preços superfaturados. Osmar Berto, titular da Decor,
acrescentou que as empresas têm razões sociais diferentes, mas ficou constatada
a relação entre elas.
"Essas
empresas ofertaram propostas para estes hospitais. Especificamente com relação
ao Hospital da Mulher, o processo de compra está em fase de andamento. Em
Maracanaú, a contratação efetivamente ocorreu. Há fortes indícios que a
empresas fazem parte de um conluio justamente para ludibriar a administração
pública, no sentido de que, independente de quem seja o vencedor o dinheiro vai
para o mesmo local. A finalidade da contratação acaba sendo de interesse de uma
só pessoa", disse Osmar Berto.
Segundo
os policiais, até então não há comprovação que os proprietários das empresas
mantivessem ligação com membros da administração pública: "Nosso objetivo
agora é justamente comprovar esse vínculo e averiguarmos se há agentes públicos
envolvidos, se há facilitação por parte deles nessa contratação", disse o
delegado.
Coronavírus no
Ceará
O
Ceará tem 56.056 casos positivos de Covid-19 e 3.605 óbitos, segundo
dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde. A atualização foi às
14h49 desta quarta-feira (3). Nesta segunda-feira (1º) o Estado ultrapassou
os 50 mil diagnósticos positivos da doença.
G1 CEARÁ