terça-feira, 28 de abril de 2020

Ceará tem 10% dos casos de Covid-19 confirmados no Brasil

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Com recordes de casos e óbitos superados sucessivamente na última semana, o Ceará chegou a 6.783 confirmações laboratoriais do novo coronavírus até ontem, 27. O número corresponde a 10,2% dos diagnósticos positivos para o SARS-CoV-2 no Brasil. O País registrou, até ontem, 66.501 casos. Com 397 óbitos em decorrência da infecção, o Estado concentra 8,7% das mortes no País, que passou de 4,5 mil óbitos pela doença.

As informações foram extraídas da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), atualizada às 17h17min, e do Ministério da Saúde, atualizado às 16h30min.

Conforme a plataforma de dados estaduais, 18.839 casos suspeitos estão em investigação. Ao todo, 22.724 exames já foram realizados no Ceará. A letalidade da doença está em 5,9%. São 138 municípios cearenses com casos confirmados. Fortaleza segue concentrando a grande maioria dos casos, com 5.326 infecções confirmadas laboratorialmente. O número equivale a 78% dos casos no Estado. A lista segue com Caucaia (264), Maracanaú (144), Sobral (103), Maranguape (62), Aquiraz (59) e Eusébio (48).

Apesar de não ser possível especificar com certeza quando o Ceará chegará ao pico da infecção, a tendência é que, se a disseminação continuar na mesma evolução, o período mais complicado seja observado em meados de maio. Essa é a avaliação de Keny Colares, médico do Hospital São José, professor e pesquisador do grupo de pesquisa em Virologia e da Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor). Conforme o infectologista, apesar dos esforços do governo estadual nas medidas de isolamento social, no aumento do número de leitos e da capacidade de testagem, "a cada semana que passa, está ficando mais difícil".

"São preocupantes as idéias de afrouxar o isolamento porque estamos chegando justamente no momento mais difícil. A gente ainda está caminhando para o pico. Se o número de casos e a pressão no sistema de saúde continuar se agravando, pode ser que precisem o lockdown, um sistema de isolamento mais rígido", avalia.

A pressão máxima no sistema de saúde, causada pela grande demanda de atendimento hospitalar em decorrência da infecção, deve ocorrer primeiro na Capital e no acesso as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). "O sistema não vai parar de uma vez. Vaga na UTI já está difícil. Nas enfermarias, ainda é mais fácil. Mas vão começar a internar pacientes graves em enfermarias. As UPAs já estão tendo dificuldade de transferir pacientes para uma enfermaria. Nas UPAs, o paciente deve ficar em observação até 48h,mas estão tendo que ficar mais tempo. São sinais de que parte do sistema de saúde está funcionando mal, com dificuldade e fazendo coisas que não são sua atribuição", detalha.

Na Capital, já são 90 bairros com óbitos de pacientes testados positivos para o novo coronavírus. O que corresponde a 74% dos 121 territórios fortalezenses. São 316 mortes por complicações causadas pela infecção em Fortaleza. Os dados são de informe epidemiológico semanal da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgado na noite de ontem, 27. O boletim continua destacando a dispersão de vítimas em bairros da periferia.

Por essa razão, as regiões do Grande Vicente Pinzon, Barra do Ceará, Grande Pirambu e a confluência dos bairros Fátima, Joaquim Távora, São João do Tauape e Alto da Balança serão alvo de "particular atenção". "A situação dos bairros Prefeito José Walter e Granja Lisboa está sendo investigada isoladamente, pois têm apresentado um número significativo de óbitos, desproporcional ao relativamente baixo registro de casos", diz o boletim.


O POVO

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