O
“Estado de S. Paulo” garantiu nesta segunda-feira, 27, na Justiça Federal o
direito de obter os testes de covid-19 feitos pelo presidente Jair Bolsonaro.
Por decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto, a União terá um prazo de 48 horas
para fornecer “os laudos de todos os exames” feitos pelo presidente da
República para identificar a infecção ou não pelo novo coronavírus. Bolsonaro
já disse que o resultado dos exames deu negativo, mas se recusou até hoje a
divulgar os papéis.
“No
atual momento de pandemia que assola não só Brasil, mas o mundo inteiro, os
fundamentos da República não podem ser negligenciados, em especial quanto aos
deveres de informação e transparência. Repise-se que ‘todo poder emana do povo’
(art. 1º, parágrafo único, da CF/88), de modo que os mandantes do poder têm o
direito de serem informados quanto ao real estado de saúde do representante
eleito”, observou a juíza, ao atender ao pedido feito pelo Estado.
Depois
de questionar sucessivas vezes o Palácio do Planalto e o próprio presidente
sobre a divulgação do resultado do exame, o “Estado de S. Paulo” entrou com
ação na Justiça na qual aponta “cerceamento à população do acesso à informação
de interesse público”, que culmina na “censura à plena liberdade de informação
jornalística”.
Para
os advogados do jornal, a velocidade de agravamento do quadro sanitário do País
“exige informações corretas e precisas a respeito do tema e respostas rápidas e
incisivas do Judiciário, especialmente diante da notória postura errática,
desdenhosa e negacionista do Presidente da República em relação à pandemia da
covid-19”.
Bolsonaro
fez o teste para detectar o novo coronavírus nos dias 12 e 17 de março, após
voltar de missão oficial nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente
Donald Trump. Nas duas ocasiões, Bolsonaro informou, via redes sociais, que os
testes deram negativo para a doença, mas não exibiu cópia dos resultados.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA