Na
relação dos brasileiros que em 2006 e 2007 mantinham contas numeradas no HSBC
da Suíça aparecem pelo menos cinco auditores fiscais, quatro da Receita Federal
e uma da Receita Estadual do Rio de Janeiro.
Lilian Nigri, ex-superintendente de Fiscalização da
Secretaria de Fazenda fluminense, está na lista. Há 12 anos, ela foi um dos
personagens do escândalo do propinoduto, como ficou conhecido na época o
esquema montado por um grupo de fiscais do Rio para extorquir grandes
contribuintes.
Na segunda-feira, ao tomar conhecimento da presença de
colegas nas contas numeradas do HSBC, o coordenador-geral de Pesquisa e
Investigação da Receita, Gerson Schaan, que cuida do caso SwissLeaks desde
fevereiro, não mostrou surpresa.
— A gente não pode esconder problemas porque eles existiram e
existem, mas, daí a dizer que instituição e os fiscais são corruptos, são
coisas totalmente diferentes — destacou. — Para mim, a revelação desses casos
não enfraquece nem a instituição nem o cargo. Temos uma corregedoria ativa,
firme e independente. E ela não precisa esperar ordem alguma para atuar.
Ter uma conta bancária na Suíça ou em qualquer outro país não
é ilegal, desde que seja declarada à Receita Federal. São os auditores do órgão
que têm a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento desta obrigação.
Fonte:
Diário
do Centro do Mundo.