O ministro da Educação, Cid
Gomes, disse que os parlamentares da base do governo que não votam de acordo com
a orientação do Planalto devem “largar o osso” e ir para a oposição. “Partidos
de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de
ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo”, afirmou.
De acordo com Gomes, se for ver a
quantidade de deputados e deputadas que compõem as bancadas partidárias e que
participam com ministérios no governo vai “se identificar facilmente que,
teoricamente, o governo teria uma grande maioria nesta Casa. É só somar”.
Cid Gomes participava de comissão
geral na Câmara para explicar a declaração de que haveria no Congresso
“300 ou 400 achacadores” que se aproveitam da fragilidade do governo.
Durante visita à Universidade
Federal do Pará no mês passado, Cid Gomes teria dado a seguinte declaração:
“Tem lá [no Congresso] uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior,
melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de
eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas
impositivas”.
Gomes comentou que sempre teve
“profundo respeito pelo Legislativo”. A consideração, porém, não quer dizer que
“concorde com a postura de alguns, de vários, de muitos, que mesmo estando no
governo, os seus partidos participando do governo, têm uma postura de
oportunismo”.
Cid também questionou a comissão
de deputados que foi, na semana passada, verificar o seu estado de saúde. Em
virturde do atestado médico, o ministro deixou de comparecer à Câmara naquela
oportunidade. “Quem custeou o gasto desses deputados que foram lá? Ao que me
consta, não houve aprovação regimental”, disse.
Cunha rebateu a crítica. “O
requerimento da comissão foi feito sem ônus, às expensas dos parlamentares,
porque esta Casa se dá ao respeito”, declarou o presidente da
Câmara. Eduardo Cunha pediu para a Polícia Legislativa retirar
manifestantes das galerias do Plenário que aplaudiram o ministro da Educação.
“Plenário da Câmara dos Deputados não é lugar de claque”, criticou Cunha.
Cid, então, pediu desculpas aos
deputados. “Me perdoem. Não tenho nenhum problema em pedir perdão para os que
não agem desta forma. Aos que não se comportam deste jeito, me desculpem, não
foi minha intenção ofender ninguém individualmente”, disse.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.