sexta-feira, 22 de março de 2024

Quase 1 mês após enchente, famílias reclamam de falta de assistência pela Prefeitura em Santa Quitéria.

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        Prestes a completar um mês desde a primeira enchente que alagou casas e deixou famílias passando por necessidades em algumas áreas de Santa Quitéria, os moradores que tiveram suas residências afetadas afirmam terem sido lembrados e amparados apenas naquela semana e que ainda não teriam recebido a devida atenção pela Prefeitura Municipal. No dia 27 de março, completará um mês desde o ocorrido, e A Voz de Santa Quitéria visitou novamente os locais para entender como está a situação desde então.

 

        Das famílias entrevistadas pela reportagem, houve unanimidade em dizer que a única assistência que receberam do poder público foi a entrega de uma ou duas cestas básicas e alimentação durante um dia, e que depois disso, nenhuma outra ação prática tem sido feita, seja de amparo social ou de infraestrutura, para reparar algum dano ou evitar que a situação volte a se repetir, em caso de novas chuvas.

 

        Algumas famílias têm recebido comida de vizinhos, de amigos e da igreja. Os bairros Cinzas e Centro foram os que mais sofreram impactos, muitos moradores perderam todos os seus pertences e atualmente afirmam estar aguardando a contribuição de móveis, prometidos pela administração.

 

        Além da falta de ajuda nesse quesito, Antônia Cleana, que mora próximo aos Correios, traz outra queixa para as autoridades. “Se existir autoridades aqui, que eles empatem esse povo de aterrar o rio, porque eles tão falando de fazer uma parede, se eles fizerem uma parede para proteger as coisas deles do lado de lá, e do lado de cá, eles não pensam não? Nas famílias que tem para o lado de cá, o que será de nós?”, se pergunta. E opina que precisam tomar alguma providência pelas famílias que moram próximo ao rio. “A gente não escolhe [onde morar], são as condições da gente”, relata Antônia.

 

        Rosana Alves, do bairro Cinzas, conta que profissionais da Prefeitura afirmaram que iriam pegar os nomes das pessoas mais afetadas para doar móveis, e que estão até hoje esperando, sem ter nem onde colocar as comidas pela falta de armário. “Eles visitam e vão embora, a gente continua na mesma pressão, com medo. Eles vão para casa deles e dormem no conforto, a população pobre é quem mais sofre na cidade”, expressa.

 

        Irene Pinheiro, também do bairro Cinzas, fala sobre a subida da água do Rio Jacurutu, que acontece quando há fortes chuvas: “todo mundo vem olhar, mas ninguém resolve nada, todo ano é assim”. E pede por uma posição das autoridades quiterienses, em nome dos vizinhos que assim como ela, perderam tudo.

 

        Em algumas casas visitadas, as pessoas têm guardado suas roupas em caixas de papelão e sacolas, além de estarem tentando reutilizar seus móveis quebrados. Antônia Felix, que mora entre a Pedra da Saudade e Cinzas, compartilha que a água chegou a 1 metro de altura na sua casa, fazendo com que perdesse tudo o que tinha. Ela conta que morava na mesma rua há mais de 20 anos e nunca tinha visto esse nível de água. Ela afirma que ficou mais triste e por conta da pressão, precisou procurar o Hospital. Atualmente, toma remédios para depressão e sobrevive de doações.

 

        Por meio de nota, a Prefeitura afirmou estar se empenhando para fornecer o suporte necessário às famílias afetadas, aplicando as seguintes ações: criação de uma Coordenadoria de Crise, acionamento da Defesa Civil para entregar alimentos e do Corpo de Bombeiros para somar esforços, realização de atendimentos direto às famílias pela Secretaria de Proteção Social, como distribuição de roupas e entrega de materiais de higiene e limpeza.

 

Fonte: A Noticia do Ceará.

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