Docentes cobram melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Professores da Urca também deflagraram greve nesta quarta-feira, 27.
O Sindicato de Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece) aprovou a deflagração de greve geral dos professores da instituição, em assembleia realizada nesta quarta-feira, 27. Segundo as lideranças da categoria, a paralisação começa no dia 4 de abril. A assembleia ocorreu no campus do Itaperi, em Fortaleza.
Também nesta quarta-feira, 27, os professores da Universidade Regional do Cariri (Urca) deflagraram greve, que começa também no dia 4. A votação foi no campus Pimenta, no Crato, a 502 km de Fortaleza. Os docentes da Universidade do Vale do Acaraú devem realizar assembleia em breve.
Segundo o Sindicato Sinduece foram adotadas 72 horas úteis para iniciar efetivamente a paralisação e, no dia 4 de abril encerram-se as atividades em forma de aula dos docentes da Uece e da Urca. Foram 264 votos a favor e um contra a deflagração.
Os docentes cobram por reajuste de salários, melhores condições de trabalho, aumento no corpo docente e melhorias na infraestrutura das universidades. Neste mês, o Governo do Estado anunciou reajuste de 5,62% para os servidores.
De acordo com Nilson Ribeiro, presidente do Sinduece, a paralisação será por tempo indeterminado.
“A greve vai acontecer até que haja de fato a reabertura da negociação e uma discussão que atenda minimamente os acessos da categoria docente. É preciso que haja melhores condições, salários adequados e que seja visto a questão da falta de docentes na universidade”, argumenta.
Uma das questões abordadas pela assembleia é sobre suposta carência de docentes na universidade, mesmo após concurso da Uece para criação de quadro de cadastro de reserva.
De acordo com o Sinduece, a situação se agravou devido à não renovação de professores temporários. Segundo o sindicato, desde agosto de 2023 são feitos alertas. Nilson destaca que a falta de docentes vem prejudicando os alunos.
“Estamos enfrentando uma carência muito grande de docentes na Uece, muitos estudantes sem poder ter aula por não ter professores nas disciplinas, são vários cursos com números baixos de docentes para aplicar aulas, diante desse quadro e de vários outros motivos estamos tomando essa medida de greve”, disse.
O sindicato aponta que a categoria já acumularia 35,07% em perdas salariais. Nilson reforça ainda que, após o último concurso da Uece, não foram ampliados os cargos, causando assim déficit de vagas. “Temos um déficit de 38 vagas para associados, nos dias de hoje temos apenas 14 vagas para ascensão a classe adjunto”, ressalta Nilson.
Procurada pelo O POVO, a assessoria da Uece informou que o reitor e o vice-reitor da instituição "estavam em agenda externa quando a notificação do sindicato chegou ao Gabinete, de forma que o reitor ainda não teve acesso a ela e não conhece o conteúdo". Entidade de ensino deve se manifestar por meio de nota pública na segunda-feira, 1°.
Fonte: Jornal O Povo.