Um pesquisador do instituto Datafolha foi agredido na última terça-feira com chutes e socos por apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), no interior de São Paulo, em Ariranha.
O ataque aconteceu após uma das entrevistas do pesquisador, segundo informações da Folha de S. Paulo. Enquanto ele realizava as perguntas, o agressor, identificado como Rafael Bianchini começou a intimidá-lo gritando “Só pega Lula” e “vagabundo”. Bianchini exigiu ser entrevistado pelo profissional. No entanto, segundo a metodologia padrão de treinamento do instituto, a amostra precisa ser aleatória – ou seja, os entrevistadores não podem entrevistar pessoas que se oferecem para responder a pesquisa.
Depois que finalizou a entrevista, o pesquisador foi atingido pelas costas com socos e chutes. Quando o pesquisador reagiu, o filho de Bianchini também começou a revidar. Com a ação dos vizinhos para interromper as agressões, Bianchini voltou a sua casa e tentou atacar o pesquisador novamente com uma peixeira, uma arma branca. Desta vez, seu filho o conteve. “O pesquisador estava desempenhando seu trabalho e foi covardemente agredido fisicamente. Nada justifica qualquer tipo de agressão. Estamos acompanhando um aumento da hostilidade em relação aos pesquisadores e isso é muito preocupante”, disse Luciana Chong, diretora do Datafolha, ao jornal Folha de S. Paulo.
Esta não foi o primeiro caso de hostilidade contra pesquisadores do Datafolha. Segundo o instituto, desde a última terça-feira 13, pelo menos dez intercorrências de violência foram registradas, com destaque aos estados de Goiás, São Paulo, Minas Gera, Alagoas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Fonte: Carta Capital.