quinta-feira, 28 de julho de 2022

Líder do governo Bolsonaro pediu dinheiro a empresário em troca de ‘ajuda’ no Inmetro, aponta PF.

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    Novo escândalo no governo Bolsonaro foi revelado por mensagens no celular do empresário que estão descritas no relatório da Polícia Federal divulgado pelo jornal O Globo desta quinta-feira.

 

    O líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso, senador Eduardo Gomes (PL-TO), fez pedidos de depósitos bancários a um empresário em troca de ‘ajudar a adiar’ uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Os pedidos do parlamentar estão em mensagens obtidas pela Polícia Federal e divulgadas pelo jornal O Globo desta quinta-feira 28.

 

    Os diálogos de Gomes foram encontrados pela PF no celular de um amigo do parlamentar, o empresário Jorge Rodrigues Alves, que foi alvo da Operação Lavanderia e atua nos setores de construção civil e iluminação. A ação policial foi deflagrada para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes em licitações no Tocantins. O líder do governo nega irregularidades e diz que as mensagens se tratam de ‘um pedido de empréstimo’.

 

    Além das mensagens, a PF também encontrou comprovantes de depósitos a pessoas indicadas pelo senador. Com os indícios em mãos, a polícia encaminhou um relatório sigiloso para a 4ª Vara Federal do Tocantins no último dia 11 de julho, solicitando o  envio do caso para o Supremo Tribunal Federal.

 

    “Há, por fim, diversas conversas entre Jorge e o senador Eduardo Gomes, indicando que Jorge aparentemente paga contas para o senador e lhe envia dinheiro, assim como lhe pede favores e intercessão em assuntos de suas empresas”, diz um trecho do documento, que pede que o caso vá para o STF por questões de foro privilegiado de Gomes.

 

    Os depósitos, segundo o documento, ocorrem desde 2016 em contas ligadas ao senador e somam cerca de 760 mil reais. Em uma delas, o parlamentar questiona ao empresário se ele “acha que consegue 20?” ao indicar os dados bancários do seu assessor João Bosco Pinto da Silva. Alves então responde com um ‘Opa! Certeza!’. O assessor alega não se lembrar do episódio específico, mas disse ser possível, já que empresta a conta constantemente para o senador.

 

    Naquele mesmo ano, em outra conversa, é possível ver uma espécie de prestação de contas de Alves ao para Gomes. O senador pergunta o que já foi feito e o empresário responde com comprovantes de depósitos em cinco contas ligadas ao líder do governo de Bolsonaro. O total dos valores ultrapassa os 42 mil.

 

    Ainda de acordo com o relatório, Alves teria pago, inclusive, contas do senador. Na véspera de Gomes assumir seu mandato no Congresso, ele pediu que o empresário custeasse o buffet da sua festa, lhe encaminhando a conta de uma mulher. Alves fez o pagamento: “Estamos juntos, amigo”, escreveu o empresário.

 

    O jornal procurou a mulher mencionada na mensagem, mas ela não quis falar sobre o assunto e passou o telefone para outra pessoa, identificada como seu marido. O homem, que não quis dizer o nome, mas afirmou que o pagamento serviu para custear as bebidas da festa de posse do senador e disse que ‘vários amigos se juntaram para ajudar a bancar o evento’.

 

    Outro diálogo indica que, ainda durante a campanha em 2018, Gomes também pediu pagamentos para bancar despesas com veículos e alimentação. “Tenho que passar 70 mil para uma locadora que pode dar nota que cuida de todos os veículos que estão na campanha”, pediu o parlamentar dois meses antes das eleições. Alves apenas questionou se o pagamento precisaria ser feito naquele dia. Em seguida, o empresário recebe a solicitação de mais dinheiro para alimentação naquela semana. “Eu preciso de 30  para comer até domingo”, escreveu o líder de Bolsonaro. “Uai, tá comendo muiiiito amigo rs”, ironizou o empresário...

 

Fonte: Carta Capital.

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