Novo Boletim do InfoGripe, divulgado pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 12, aponta para possível alta
de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no
Ceará e em Fortaleza. Os indícios de crescimento entre a população
adulta vinham sendo apontados pela instituição para outras unidades federativas
e agora chegam ao Estado.
Analisando os dados
referentes às últimas seis semanas, a Fiocruz alerta que o Ceará
tem uma probabilidade acima de 95% de estar passando por um crescimento
dos casos de síndrome respiratória grave. Os casos monitorados são aqueles
que apresentaram febre, tosse ou dor de garganta e dificuldade
respiratória e que tenham necessitado hospitalização ou que vieram a
óbito.
Além do Ceará, a
atualização do monitoramento indica sinal de crescimento nos casos de SRAG em
outros 16 estados: AC, AL, AM, AP, MA, MS, MT, PA, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC e
TO. Em Minas Gerais, há sinal de crescimento apenas na tendência das últimas
três semanas. Os demais apresentam tendência de estabilidade ou queda.
Referente à Semana
Epidemiológica 18 (período de 1º a 7 de maio), o estudo tem como base os dados
inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe
(Sivep-Gripe) até o dia 9 de maio.
Vírus e faixa etárias
No agregado nacional,
observa-se cenário inicial de crescimento no número de casos semanais em todas
as faixas etárias da população adulta. Nas crianças e adolescentes observa-se
manutenção do sinal de queda nos grupos de 5 a 11 e 12 a 17 anos. Já entre as
crianças de zero a 4 anos há "estabilização em patamar elevado".
Dados laboratoriais apontam que, no grupo de zero a 4 anos, os casos seguem sendo fundamentalmente associados ao vírus sincicial respiratório (VSR). O vírus é responsável por 41,2% dos casos diagnosticados em toda a população e por 8,5% dos óbitos.
Na população adulta o
predomínio entre os resultados positivos continua sendo do coronavírus. Em todo
o País, 37% dos casos diagnosticados em laboratório foram Covid-19. A doença é
responsável por 81,6% das mortes.
Os vírus Influenza A
e Influenza B também circulam no Brasil, mas em proporção menor. São
responsáveis, respectivamente, por 2,9% e 0,5% dos casos.
O pesquisador Marcelo
Gomes, coordenador do InfoGripe, aponta que diante do cenário recomenda-se
atenção especial na rede laboratorial a fim identificar quais vírus estão
associados a essa mudança de tendência, em particular para diferenciação entre
casos de Sars-CoV-2 (Covid-19) e Influenza A (gripe). "No momento, os
casos de Covid-19 seguem sendo a principal causa entre os casos com
identificação laboratorial na população adulta", afirma. A estimativa é de
cinco mil casos de SRAG em todo o Brasil na primeira semana de maio.
O POVO