Após abrir mão da candidatura à Presidência da
República, o ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) disse nesta sexta-feira,
1º, que "não desistiu de nada" e não será candidato a deputado
federal nas eleições deste ano.
A possibilidade vinha sendo cogitada como alternativa
após Moro trocar o Podemos pelo União Brasil com a condição de que não
disputasse o Palácio do Planalto. Em pronunciamento, o também ex-juiz federal
negou que vá concorrer a uma vaga na Câmara para obter foro privilegiado.
"Não tenho ambição
por cargos. Se tivesse, teria permanecido juiz federal ou ministro da Justiça.
Não tenho necessidade de foro ou outros privilégios que sempre repudiei e
defendo a extinção. Aliás, não serei candidato a deputado federal",
afirmou. Questionado sobre se pretende disputar algum cargo eletivo, Moro não
respondeu e encerrou o pronunciamento sem atender a imprensa.
O ex-ministro defendeu,
ainda, uma candidatura única da chamada terceira via e pediu "gestos de desprendimento"
daqueles que se colocam como alternativa à polarização eleitoral entre o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro.
"Filiei-me ao União
Brasil com a intenção de auxiliar a unificação do centro democrático. Fui a
primeira liderança a fazer esse gesto político em prol da unificação do centro
democrático. Não colocarei meus interesses pessoais à frente dos interesses do
país", disse.
Moro pediu "atos de
desprendimento", de Luiz Felipe d'Avila (Novo), João Doria (PSDB), Eduardo
Leite (PSDB), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante), e de lideranças
partidárias, para "fazer prosperar essa articulação democrática". Ele
atribuiu ao presidente do União Brasil, Luciano Bivar, os esforços de liderar a
união da terceira via.
Ao anunciar a filiação ao
novo partido, ontem, Moro disse que abria mão, "neste momento", da
pré-candidatura à Presidência. Ao trocar de sigla, ele também mudou o domicílio
eleitoral, do Paraná para São Paulo, como revelou o Broadcast Político.
"Serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil
melhor", afirmou, em nota.
Moro chegou a ser
apresentado como pré-candidato à Presidência quando se filiou ao Podemos, em
novembro passado, mas enfrentava resistências no partido, sobretudo dos
deputados, que não estavam dispostos a ceder parte do fundo eleitoral para a
campanha ao Planalto. O ex-ministro da Justiça aparecia em terceiro lugar na
disputa presidencial, com cerca de 8% das intenções de votos.
O POVO