O ex-ministro Sérgio Moro
deverá se filiar ao União Brasil. Além do impacto nacional da saída dele do
Podemos, a mudança pode ter reflexos no Ceará. O União Brasil é o partido que
passou a ser comandado no Estado pelo deputado federal Capitão Wagner,
pré-candidato a governador. Apesar do discurso de palanque aberto a vários
candidatos a presidente, Wagner tem declarado apoio a Jair Bolsonaro (PL) na
eleição presidencial. Porém, há possibilidade de Moro desistir da candidatura a
presidente, o que evitaria problemas para Wagner conciliar os palanques.
Moro já informou à
presidente do Podemos, Renata Abreu, que deixará o partido. Ele foi convidado a
ir para o União Brasil para ser candidato a deputado federal. Moro foi
apresentado como pré-candidato presidencial, mas enfrentava resistências no
Podemos, sobretudo dos deputados federais, que não querem ceder a quantia do
fundo eleitoral para a campanha ao Palácio.
"Saiu oficialmente,
comunicou à presidente do partido, Renata Abreu, agora cedo", disse o
senador Jorge Kajuru (Podemos-GO). "Ele está querendo um partido com
estrutura financeira, que o Podemos não tem. O Podemos tem uma coisa melhor que
estrutura financeira, tem credibilidade, tem um Álvaro Dias no quadro como
líder", afirmou Kajuru.
Camilo diz que sua maior frustração no governo foi não ter alcançado resultados melhores na segurança.
Ciro Gomes sobre Moro e Doria: "Muitos vão ceder, mas não serei eu"
Moro tem aliados no União
Brasil, como os deputados Júnior Bozzella (SP) e Kim Kataguiri (SP), mas uma
ala de caciques oriundos do DEM, comandada pelo secretário-geral da legenda,
ACM Neto, e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, não querem tê-lo como
candidato a presidente.
Segundo integrantes do
partido, a condição imposta a eles para Moro entrar na sigla foi ser candidato
a deputado federal. A reportagem tentou entrar em contato com o ex-juiz por
meio da assessoria, mas não obteve retorno.
Reviravolta
O ex-juiz da Lava Jato
esteve com o presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, na
segunda-feira, 28, e os dois debateram sobre a possibilidade de unificar as
candidaturas de terceira via. O União Brasil, partido que foi originado da
fusão do PSL com o DEM, mantém diálogos constantes com o PSDB e o MDB para
tentar apresentar uma candidatura única alternativa ao presidente Jair
Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Outra reviravolta
importante dentro do grupo aconteceu com a decisão do governador de São Paulo,
João Doria (PSDB), de desistir de participar da eleição presidencial. O
paulista inclusive manifestou o desejo de sair da legenda. Doria tem sido alvo
de uma forte oposição interna no PSDB, que quer que Eduardo Leite (PSDB),
recentemente saído do governo do Rio Grande do Sul, seja a opção presidencial.
No MDB, a pré-candidatura apresentada é a da senadora Simone Tebet (MS). A
aliados, a parlamentar se mostrou otimista com a crise tucana e vê chance de o
MDB liderar a candidatura da terceira via.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA