Nos primeiros quinze dias de março, o Ceará
registrou quase o dobro do volume de chuvas de todo o mês de fevereiro. Segundo
dados parciais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme), até a noite desta terça-feira, 15, o segundo mês da estação chuvosa
do Estado – que vai de fevereiro a maio – já acumulava 111 milímetros (mm) de
precipitações, ante a 64 mm registrados durante os 28 dias do mês anterior.
O índice já contabilizado representa 55% da média
histórica para março, que é de 203 mm. Contudo, como ainda restam 16 dias para
o fim do mês, é possível que o número seja superado. Tudo vai depender dos
indicadores pluviométricos das próximas semanas. Por enquanto, o Estado segue
com condições favoráveis para o registro de mais chuvas em todas as
macrorregiões, segundo informa previsão divulgada nesta terça-feira pela
Funceme.
As precipitações são esperadas, pelo menos, até
quinta-feira, 16. A expectativa é que as chuvas ocorram principalmente entre
madrugada e começo da manhã. Os maiores volumes podem ser registrados na faixa
litorânea, no Maciço de Baturité, Cariri e na porção sul do Sertão Central e
Inhamuns.
De acordo com a Funceme, as chuvas que já banharam o
Ceará no mês de março e aquelas que são aguardadas para os próximos dias estão
diretamente ligadas à formação de áreas de instabilidade provenientes de uma
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Além disso, fatores locais, como
temperatura, relevo e umidade, também podem induzir novas precipitações.
Volume acumulado na quadra está abaixo do
esperado
De acordo com o
Calendário de Chuvas, da Funceme, em 2022 o Ceará acumula média pluviométrica
de 337 mm. O índice considera as chuvas registradas nos 184 municípios entre 1º
de janeiro e 15 de março. Para o primeiro trimestre do ano, de janeiro a março,
a normal climatológica é de 420 mm. Ou seja, o volume atual, a três semanas do
fim do mês, está cerca de 19% abaixo do esperado.
A média foi puxada para
baixo em virtude da escassez de chuvas ocorrida no mês passado. Os indicadores
da Funceme apontam que fevereiro deste ano foi o mais seco desde 2016,
quando o volume de precipitações registrado ficou em 53 mm. Em 2021, o índice
havia chegado a 126 mm, acima da média histórica de 118 mm.
No começo do ano, a
Funceme previu que entre fevereiro e abril — considerados os três meses mais
importantes da quadra chuvosa —, o volume de precipitações no Ceará tinha 40% de
chances de ficar acima da média histórica para o período. O órgão indicou
apenas 20% de possibilidade de chuvas abaixo da média. Para que o cenário se
confirme, março e abril precisam superar os baixos índices de fevereiro.
Dados das macrorregiões
indicam que, na primeira quinzena deste mês, a área do Estado que teve o maior
acumulado de chuvas foi o Cariri, com 163 mm. Em seguida aparece a Ibiapaba,
com 157 mm, e o Litoral de Fortaleza, com 152 mm. As outras regiões registraram
volumes acima de 100 mm, exceto o Sertão Central e Inhamuns, onde o indicador
ficou em 91 mm.
O POVO