O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve emitir, até
esta sexta-feira, 1º de abril, uma portaria que determina a desobrigação do uso
de máscaras em repartições públicas no Brasil. O texto do documento está sendo
finalizado pelo Ministério da Saúde, editor da medida. A expectativa é que a
portaria tenha validade imediata, ou seja, será válida assim que for publicada.
A informação é da colunista Mônica Bergamo, do
jornal Folha de
S.Paulo. A decisão de desobrigar o uso de máscara vem sendo
esperada por Bolsonaro desde 2021. No entanto, a medida vinha sendo adiada a
pedido do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O membro da equipe presidencial
defendia não ser a hora de nenhuma flexibilização devido ao alto número
de casos de Covid-19, situação agravada com o aparecimento da variante Omicron.
Em junho do ano passado, o presidente da República
alegou ter conversado com o ministro da Saúde para que fosse preparado um
parecer desobrigando pessoas vacinadas ou que já tenham sido
contaminadas a usarem máscaras. A proteção evita a propagação do novo
coronavírus, que é transmitido pelo ar.
"Acabei de conversar
com um tal de Queiroga. Não sei se vocês sabem quem é", disse Bolsonaro.
"Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscaras por
parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar
este símbolo segurando uma máscara descartável na mão que tem a sua utilidade
para quem está infectado", completou durante evento realizado pelo
Ministério do Turismo, em Brasília. Tal parecer, contudo, não foi
concretizado.
Meses depois, a situação
agora é de maior calmaria em relação à pandemia. Dados do levantamento do
consórcio de veículos de imprensa feito nesta terça-feira, 29, apontam que
o Brasil registrou 282 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo
apuração junto às secretarias estaduais de Saúde do país. Os números se
distanciam bastante do registrado no auge das infecções.
A pesquisa também revela
que a média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 217 por dia. O padrão é
o mais baixo mais desde 19 de janeiro de 2022, o que simboliza um recuo de 37%
em relação aos óbitos registrados em 14 dias.
A redução de casos e
internações por Covid-19, após o surto de contaminações pela variante Ômicron
entre janeiro e fevereiro, leva estados
brasileiros a retirara obrigação de uso de máscara de proteção contra o coronavírus. O avanço da vacinação é
outro fator apontado pelos gestores em suas decisões.
No dia 21 de fevereiro,
por exemplo, o Ceará retirou
obrigatoriedade de máscaras em locais abertos. O governador Camilo Santana (PT), no entanto,
frisou que o uso de máscara continua obrigatório em locais fechados e no transporte
público. Ele disse ainda que, no caso de pessoas dos grupos de risco, o uso
continua recomendado.
O POVO