Mais dois corpos foram localizados
neste domingo, 9, após desabamento de rochas no Lago de Furnas, em Capitólio,
em Minas Gerais, totalizando agora dez mortes. A informação foi confirmada pelo
Corpo de Bombeiros durante coletiva de imprensa.
No sábado (8), a queda de um paredão atingiu quatro
embarcações. Em decorrência do acidente, mais de 20 pessoas foram atendidas em
hospitais da região. As equipes continuaram trabalhando em buscas no local
neste domingo.
Todas as vítimas seriam passageiros da embarcação
"Jesus". Júlio Borges
Antunes, de 68 anos, foi a primeira vítima identificada do
desabamento em Capitólio. A vítima era natural de Alpinópolis (MG) e o corpo já
foi liberado para a família.
As outras nove vítimas seriam: um homem de 40 anos,
natural de Betim, que pilotava a lancha; mulher de 43 anos, natural de Cajamar
(SP); jovem de 18 anos, natural de Paulínea (SP); homem de 67 anos, natural de
Anhumas (SP); mulher de 57 anos, natural de Itaú de Minas (MG); jovem de 24
anos, natural de Campinas (SP); homem de 35 anos, natural de Passos (MG); jovem
de 14 anos, natural de Alfenas (MG); e um homem de 37 anos, natural de Itaú de
Minas (MG).
A perícia estadual realiza exames de DNA para
atestar as identidades, que deverão ser divulgadas em seguida.
O governador de Minas, Romeu Zema
(Novo), lamentou o acidente na rede social Twitter:
"Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso
Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão
de pedras no lago de Furnas, em Capitólio.
O Governo de Minas está presente desde os primeiros
momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros", escreveu Zema.
"Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento. Solidarizo com as
famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para fornecer o apoio e
amparo necessários", completou.
Segundo o Corpo de Bombeiros, na manhã deste domingo
(9), 50 militares estão empenhados na operação de busca, entre bombeiros
militares e militares da Marinha do Brasil; 11 mergulhadores dos bombeiros
empenhados, especialistas nesse tipo de operação e já familiarizados com a área
de busca; 4 lanchas e 3 motos aquáticas da Marinha e dos bombeiros lançadas no
local de busca já delimitado, além do apoio de 7 viaturas.
Desdobramentos
O coronel dos bombeiros
Edgard Estevo informou primeiramente o número de 20 desaparecidos, mas o número
foi atualizado para três logo depois.
- Segundo o Corpo de
Bombeiros de Minas Gerais, 32 pessoas foram atendidas por causa do acidente, a
maioria com ferimentos leves. Entre elas, 27 foram atendidas e liberadas: 23
delas da Santa Casa de Capitólio e outras 4 da Santa Casa de São José da Barra,
a 46 km de Capitólio.
- 2 pessoas com fraturas
expostas foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio;
- Um paciente internado
na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio, é um jovem de 26 anos e morador
de Pimenta (MG). Ele deve ser operado nesta segunda-feira (10) e em seguida
deve ter alta;
- A terceira pessoa que
estava internada em Passos foi para um hospital particular e está estável.
Neste sábado (8), a
Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a
possibilidade de ocorrências de "cabeça d'água'' em Capitólio, mas não há
confirmação se essa foi a causa do acidente. A Marinha disse que investiga o
motivo de os passeios serem mantidos.
Pedro Aihara, porta-voz
do Corpo de Bombeiros de Minas, explicou que a formação rochosa do local é do
tipo sedimentar, o que torna as estruturas dos paredões frágeis, e a quantidade
de chuvas agrava a situação por acelerar a erosão.
"A gente tem uma
formação rochosa que é basicamente composta por rochas sedimentares, então são
rochas que naturalmente têm uma resistência muito menor à atuação dos ventos,
da água, dos elementos naturais que atuam sobre a região", explicou
Aihara.
O porta-voz ainda
explicou que a forma que a rocha caiu no lago agravou a situação, pois desabou
em trajetória perpendicular. "Geralmente, quando a gente tem ruptura por
tombamento, a rocha sai de uma forma mais fatiada, ela escorre por aquela
estrutura e cai de uma forma ou diagonal ou então mesmo em pé. Nesse caso, como
a gente teve esse tombamento perpendicular, e pelo tamanho da rocha, a gente
acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas", explicou o bombeiro.
O POVO