sábado, 11 de dezembro de 2021

Vereadores do Recife, de Fortaleza e de outras capitais cobram posicionamento de prefeitos a respeito do Carnaval 2022

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A Comissão Especial sobre a Retomada do Carnaval, da Câmara Municipal do Recife, promoveu, na última quinta-feira (9), um debate com vereadores das cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza e Olinda, para tratar da possibilidade de realização dos festejos de momo em 2022. No encontro virtual, os parlamentares cobraram do poder Executivo dos seus municípios a responsabilidade por uma definição e um planejamento sanitário e econômico.

 

O debate foi presidido pelo vereador Marco Aurélio Filho (PRTB), que destacou a necessidade de se buscar um caminho de forma integrada com outras cidades, levando em consideração as medidas sanitárias em virtude da pandemia e o eixo econômico por trás do período de Carnaval. “Existe toda uma cadeia que está em volta e é justamente sobre isso que queremos falar. Ouvir os mais diversos personagens para que todos se sintam representados”, disse.

 

O vereador Ivan Moraes (PSOL) chamou atenção para um ponto que deveria ser colocado como ponto central neste debate: “Qual é o Carnaval que teremos?”. “Ninguém vai conseguir defender o carnaval tradicional com milhares de pessoas, sem controle de entrada. Não existe protocolo para o Carnaval, nem distanciamento social. O que existe é a necessidade de que a regra que vale para o rico deve valer para o pobre”, declarou Moraes, falando sobre a possibilidade da permissão das festas privadas enquanto as aglomerações de ruas são proibidas.

 

Para o vereador de Olinda Vinicius Castello (PT), a prefeitura precisa ouvir quem faz o Carnaval na cidade. Ele se queixa da falta de organização e diálogo com pessoas que vivenciam as festividades de rua. “As violações são constantes e não podemos repetir a desorganização que foi na cidade. Não pode simplesmente aceitar que esse setor, que é tão atingido nesse contexto, não possa ter o mínimo de suporte para encontrar outras alternativas”, afirmou.

 

Castello também criticou o setor empresarial, declarando que existe uma tentativa de “camarotização” do Carnaval. “Não adianta o discurso de que queremos salvar a vida das pessoas, mas querendo tendenciar a aderência de um carnaval que só beneficia o setor empresarial”, disse.

 

Os parlamentares das outras capitais que participaram da reunião remota da Comissão Especial, cobraram dos seus respectivos executivos um posicionamento e planejamento com relação à realização do Carnaval.

 

O vereador do Rio de Janeiro Tarcísio Mota (PSOL), que preside o colegiado especial desta temática na Câmara carioca, disse que há uma preocupação que vem acompanhando essa cadeia produtiva desde o ano passado, a respeito dos trabalhadores e trabalhadoras que tiram seus sustentos tanto do carnaval de avenida - que se refere às escolas de samba - quanto do Carnaval de rua.

 

“Estávamos, sobretudo, preocupados com a construção de políticas de assistência que pudessem garantir o mínimo de sobrevivência. Infelizmente isso não aconteceu. No município do Rio de Janeiro, as políticas públicas voltadas para os trabalhadores do Carnaval aconteceram absolutamente de forma pontual, quando a prefeitura, na metade do ano, apresentou edital onde os blocos de rua poderiam se inscrever para receber os recursos, mas os trabalhadores dos barracões, que trabalham nas escolas de samba, ficaram abandonados”, disse.

 

Presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos de Salvador, o vereador Claudio Tinoco (DEM) explicou que o colegiado havia entregue um relatório com 11 recomendações, incluindo uma para que a decisão sobre a realização do Carnaval fosse tomada até o dia 15 de novembro.

 

“Seria 100 dias antes do Carnaval, com a percepção de que essa decisão pudesse influenciar de forma direta na conclusão do planejamento de diversas instituições públicas das áreas de segurança, saúde e uma série de instituições privadas também”, declarou o parlamentar. Além disso, foi estabelecido um observatório para acompanhar de perto os índices da pandemia para balizar a decisão, sendo ela positiva ou negativa.

 

A vereadora Marcela Trópia (Novo), de Belo Horizonte, também cobrou organização do Executivo independente se haverá ou não a realização das festividades. Segundo a parlamentar, existe uma pesquisa que aponta que 80% da população não gostaria que tivesse carnaval, mas que há preocupação com relação aos outros 20% que desejam brincar nas ruas da cidade.

 

“Nós tivemos 15 famílias cadastradas que trabalharam no Carnaval e tiraram uma renda extra. Tem que ser analisado o impacto econômico. Não faz sentido a prefeitura liberar eventos privados e proibir os blocos de rua”, criticou.


O POVO

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