O número de acidentes com mortes em
Fortaleza caiu 64,5% em
vias que tiveram a velocidade reduzida entre 2018 e 2020, aponta novo estudo da
Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). A pesquisa foi divulgada
nesta quinta-feira, 16.
A AMC informou que a readequação da
velocidade em vias da Capital com intenso fluxo de veículos de 60 km/h para 50
km/h é uma das estratégias utilizadas para fortalecer a segurança viária. A
medida é implementada após estudos que têm como base critérios de
acidentalidade viária e volume de tráfego.
O estudo considerou as avenidas Presidente
Castelo Branco, Osório de Paiva, Francisco Sá, Coronel Carvalho, Augusto dos
Anjos, Frei Cirilo, Gomes de Matos e Alberto Magno. Nessas últimas quatro vias, não houve registro de morte após a mudança.
A metodologia considera os acidentes registrados antes e depois da readequação
de velocidade, entre janeiro de 2015 e julho de 2021.
A primeira via a ter a velocidade
reduzida foi a avenida Presidente Castelo Branco, mais conhecida como avenida Leste
Oeste, que teve redução de 78% nos acidentes com mortes. Já a avenida Francisco
Sá registrou queda de 73% nos sinistros com severidade e morte e, a avenida
Coronel Carvalho, 69,5%.
Ainda de acordo com o estudo, o quantitativo de atropelamentos apresentou
redução média de 37,4% nas
oito vias. O melhor resultado foi da avenida Gomes de Matos, que teve
redução de 83% nesse tipo de sinistro.
O órgão relata que o objetivo da readequação de
velocidade é reduzir a gravidade dos sinistros que acontecem em Fortaleza e
garantir a segurança de todos os usuários, principalmente os mais frágeis, como
os pedestres e os ciclistas.
"A readequação de velocidade das vias é uma
recomendação da Organização Mundial da Saúde. Fortaleza, como várias outras
cidades do Brasil e do mundo, tem adotado essa como a principal medida para
reduzir a gravidade desses sinistros de trânsito. Aqueles que tinham pessoas
vitimadas de forma fatal passam a ter mais danos materiais", salienta a
superintendente da AMC, Juliana Coelho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a
velocidade excessiva é a causa de uma em cada três mortes por acidentes de
trânsito em todo o mundo. Nos casos de atropelamento, por exemplo, os
condutores que trafegam em velocidade reduzida têm maior possibilidade de
reação.
Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando,
maior será o impacto de um acidente de trânsito. A OMS também aponta que uma
redução de até 5% na velocidade do veículo pode resultar em 30% menos sinistros
fatais.
Para comunicar a mudança da velocidade aos
condutores, a AMC desenvolve ações educativas nas vias em que há redução de
velocidade e concede o prazo de seis meses para adaptação às mudanças. A
autuação por desrespeito ao novo limite de velocidade é prevista, portanto,
somente após esse período.
O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) comentou o
resultado do estudo nas redes sociais, na manhã desta quinta, 16.
"A readequação do limite de velocidade para 50 km/h vem trazendo
importantes resultados em Fortaleza. Os números reforçam que a readequação
do limite de velocidade é uma estratégia eficiente para a prevenção e redução
da gravidade de acidentes. Um trânsito seguro depende de todos, mas também de
uma boa política pública. Preservar vidas é a nossa prioridade", finaliza
Sarto.
O POVO