As Matrizes Tradicionais do Forró
se tornaram patrimônio cultural brasileiro após decisão do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nesta quinta-feira, 9. A autarquia
federal tomou essa medida após reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio
Cultural da instituição. A definição veio dez anos depois da abertura de pedido
de registro do ritmo musical como
patrimônio cultural pela entidade.
A cerimônia extraordinária foi transmitida pelo canal do Iphan no YouTube e teve como destaque a Proposta de Registro das
Matrizes Tradicionais do Forró. Esse processo teve início em 2011, quando a
Associação Balaio do Nordeste e o Fórum Forró de Raiz da Paraíba apresentaram
uma solicitação de registro do ritmo musical como patrimônio imaterial. A
partir de abaixo-assinado, a proposta recebeu apoio de mais de 420 forrozeiros espalhados pelo
Brasil.
O movimento mobilizou ao longo desses anos reuniões
e fóruns engajados por comunidades de adeptos da expressão musical, além de pesquisadores
e produtores. A partir disso, foram geradas compreensões e demandas consolidadas
na Carta de Diretrizes para Instrução Técnica do Registro das Matrizes do Forró
como Patrimônio Cultural do Brasil.
Além disso, o Iphan realizou pesquisas nos nove
estados nordestinos e também no Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de
Janeiro e São Paulo. A ação teve como objetivo identificar características
dessa forma de expressão que também envolve interações sociais. O mais
conhecido representante do forró foi o cantor e compositor
pernambucano Luiz Gonzaga.
No entendimento do Iphan, bens culturais de natureza
imaterial estão relacionados às práticas e domínios da vida social “que
se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de
expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como
mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas)”.
“O patrimônio imaterial é transmitido de geração a
geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu
ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um
sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito
à diversidade cultural e à criatividade humana”, alega a instituição
em seu site.
O POVO