Quase metade dos estados
brasileiros registraram sinal de crescimento na tendência de longo prazo de
casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Os dados foram divulgados
nesta quinta-feira, 2, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e são referentes à
semana epidemiológica de 21 a 27 de novembro.
Segundo o Boletim InfoGripe, da
Fiocruz, 13 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de
SRAG: Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo,
Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.
Destes, os que mais chamam a atenção são Pará, Ceará e Rio de Janeiro.
“No dado
nacional, embora se mostre como um crescimento leve, podendo ser compatível com
cenário de oscilação em torno de valor estável, a análise por faixa etária
indica que se trata de aumento em todas as faixas etárias abaixo de 60 anos. A
análise foi feita tendo como base os dados inseridos no Sistema de Informação
da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 22 de novembro”,
destacou o boletim.
De
acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, na população
com 30 anos ou mais, o crescimento é relativamente pequeno, sendo mais
expressivo e presente desde novembro em crianças, adolescentes e jovens
adultos, na faixa de 20 a 29 anos.
No caso
das crianças com idade até 9 anos, os resultados laboratoriais associados aos
casos continuam indicando predomínio de vírus sincicial respiratório (VSR), que
acompanha a tendência de aumento de SRAG nesta faixa etária. Entre adolescentes
de 10 a 19 anos e jovens adultos (20-29 anos), mantêm-se majoritariamente
associados à Covid-19.
Capitais
A análise conclui que 13
das 27 capitais mostram sinal de crescimento na tendência de longo prazo
(últimas seis semanas): Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis,
Fortaleza, Macapá, Manaus, Natal, Porto Velho, Rio de Janeiro, Salvador, São
Luís e São Paulo.
No entanto, explicou
Gomes, “assim como foi destacado para os estados, a análise da evolução
temporal por faixa etária sugere tratar-se apenas de crescimento leve
compatível com oscilação ao redor de patamar estável, de modo geral. No Rio de
Janeiro observa-se que o crescimento ao longo do mês de novembro se concentrou
nas crianças e jovens adultos (20-29 anos)”.
O crescimento nos casos de SRAG entre esses jovens
adultos pode estar associado ao aumento de casos de síndrome gripal causados
pelo vírus Influenza A (gripe). Gomes destacou, porém, que, para avaliação
adequada dos resultados laboratoriais associados a casos recentes, é necessário
aguardar algumas semanas para que essa informação seja atualizada no
Sivep-Gripe pelas autoridades de saúde responsáveis (unidades de saúde da
notificação ou secretarias de Saúde).
Até o princípio de novembro, manteve-se presença
majoritária de casos associados ao vírus SARS-CoV-2 (covid-19) nessa faixa
etária, bem como nos demais adultos. Informações mais aprofundadas sobre o
assunto podem ser obtidas na página da
Fiocruz na internet.
O POVO