Candidatos ao
vestibular 2021 da Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizaram a primeira
fase do certame na manhã desta segunda-feira, 15, Dia da Proclamação da
República do Brasil e feriado nacional. O POVO acompanhou, desde a abertura dos portões até o
fechamento, como foi a movimentação em Fortaleza, no Campus do Itaperi, local
de prova com maior número de concorrentes do concurso — 3,8 mil de um total de
20,2 mil em todo o Estado. O vestibular abre uma maratona para os estudantes
que também farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja primeira prova
será próximo domingo, 21.
Com candidatos
espalhados tanto em frente à fachada como dentro do campus, O POVO constatou
respeito ao distanciamento social entre os estudantes, assim como o uso de
máscara de proteção facial na maior parte daqueles que se preparavam para
realizar a prova. Dentro das salas, o protocolo sanitário também é exigido, e
deve ser cumprido pelos estudantes e fiscais que participam da organização.
Nas proximidades da Uece, havia presença de professores
de escolas, para incentivar os alunos, e de representantes de universidades
privadas do Estado, que divulgavam seus serviços para os estudantes. Os
candidatos ouvidos pela reportagem relataram tranquilidade em chegar ao local
de prova, com trânsito fluindo bem nas principais vias até o local.
Para Karoline Ramos, 28 anos, o
vestibular neste feriado foi a oportunidade de buscar uma vontade antiga:
estudar Medicina. Ela conta que, quando terminou a escola, sonhava em ser
médica, mas acabou não conseguindo passar em duas tentativas e resolveu virar
tecnóloga de alimentos. “Eu entendi que é isso que vai me fazer feliz e decidi
retomar os estudos.”
Outra que está na briga por uma
vaga para Medicina, curso mais concorrido na Uece e em inúmeras universidades
do País, é Tayssa Amanda Rodrigues, 20. De Teresina, no Piauí, ela faz a prova
da estadual cearense pela terceira vez e sente que a cada ano está mais
preparada. “Querendo ou não, esta é a hora do ‘tudo ou nada’, o que eu fizer
agora que vai valer”, afirma. “Mas eu também tenho o sentimento de que tudo que
eu pude fazer até esse momento foi feito”, pondera, afirmando que fez uma boa
preparação ao longo do ano.
Com o Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) marcado para os próximos dois domingos, 21 e 28 de
outubro, os estudantes que resolveram participar dois certames estão
enfrentando uma maratona de provas. Tailane Matias, 19, está concluindo o
ensino médio neste ano e afirma que as provas próximas causam uma mistura de
sentimentos. “Você tem de aprender a se conter, porque é muita emoção”, diz a
estudante, que pretende entrar no curso de Serviço Social.
Residente de Cascavel, no Litoral
Leste, Israel Victor de Araújo, 18, disse que vê a quantidade de provas como um
número maior de oportunidades para buscar a vaga. “Ao mesmo tempo que é
cansativo, eu tenho uma sensação de que caso eu não passe dessa vez, eu vou ter
mais conhecimentos para as próximas vezes”, declarou o candidato, que busca
entrar para o curso de Informática da instituição.
Nesta segunda-feira, os
candidatos tiveram quatro horas para fazer 85 questões de múltipla escolha,
abrangendo Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Geografia, História,
Matemática, Física, Química, Biologia, Educação Física, Sociologia e Filosofia.
Inicialmente, a prova da primeira fase estava agendada para o dia 7 de
novembro, mas foi considerado que nesta data está prevista a realização de
provas de outros concursos. O gabarito preliminar da prova será divulgado ainda
nesta segunda-feira.
Candidatos aprovados farão segunda
fase do certame nos dias 5 e 6 de dezembro
Será aplicada uma prova de conhecimentos específicos para aqueles que
passarem para a próxima etapa do vestibular, realizada nos dias 5 e 6 de
dezembro. Conforme a professora Germana Costa Paixão, membro da Comissão
Executiva de Vestibular da Uece, o número de selecionados para a próxima fase
depende do curso, de acordo com o edital do exame. Ela explica, por exemplo,
que se um curso tem 40 vagas, o número de aprovados para a próxima etapa é três
ou quatro vezes maior.
Paixão enfatiza o cuidado sanitário que a instituição teve com os alunos
que prestaram o exame, devido ao período de crise na saúde, ainda que os
indicadores epidemiológicos estejam caindo. “Abrimos o portão um pouco mais
cedo, temos um espaço aberto e mais amplo, uma equipe de orientação que já
trabalha com a gente”, diz a professora.
Caso tenham algum
sintoma de síndrome gripal, os candidatos têm um tratamento diferenciado e são
separados dos demais estudantes. A docente explica que a universidade teve uma
menor procura no ano passado, em razão do período mais crítico da pandemia, mas
os números estão se aproximando da demanda anterior à crise do novo coronavírus.