Investigado por suspeita de desviar
dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), o padre Robson de
Oliveira, de Goiás, se tornou alvo de um pedido de prisão feito pela Polícia
Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na solicitação, a PF aponta que
o religioso teria movimentado mais de R$ 100 milhões em doações de fiéis. Os
valores, que deveriam ter sido aplicados na construção de uma nova Basílica,
serviram para o sacerdote comprar fazendas, casa de praia e até um jatinho,
segundo indicam investigações do Ministério Público Goiano.
Durante o período em que esteve
como reitor do Santuário Divino Pai Eterno, entre 2003 e agosto de 2020, padre
Robson figurou entre as lideranças religiosas mais populares do País. Há alguns
anos ele havia iniciado campanha de arrecadação entre os fiéis para a
construção da Basílica de Trindade, que tinha a promessa de ser a maior do
Estado. A obra, iniciada em 2012, deveria ter sido concluída em 2018, mas o
prazo foi adiado para 2026. A PF investiga a relação entre o atraso na
construção e os supostos valores desviados pelo padre.
Ao portal de notícias UOL, a defesa de Robson negou que o padre esteja
envolvido em irregularidades e disse que não existem motivos para sua eventual
prisão. Confiantes de que o pedido não será acolhido pelo STJ, os advogados do
sacerdote informaram que sequer estão preparando habeas corpus preventivo e que
só o farão caso sejam “surpreendidos” com o deferimento da solicitação feita
pela PF. O STJ não informou se há prazo para o julgamento do pedido. O ministro
Benedito Gonçalves foi escolhido como relator do caso.
Robson está na mira da Justiça
desde a deflagração da Operação Vendilhões, em 21 de agosto de 2020. No dia
seguinte, o padre pediu afastamento da Afipe e deixou a reitoria do Santuário.
O sacerdote é suspeito de integrar uma organização criminosa, composta por
outras 17 pessoas, que teria praticado crimes como lavagem de dinheiro,
falsidade ideológica e apropriação indébita.
O POVO