O
patamar 2 da bandeira vermelha será acionado a partir de hoje (1º), anunciou a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira (28). Isto
representa um custo de R$ 0,06243 a mais para cada quilowatt-hora (kWh)
consumido, fazendo com que as contas de energia fiquem mais caras.
O
QUE EXPLICA O AUMENTO
Segundo
nota da Aneel, o mês de maio foi o primeiro da estação seca nas principais
bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) e registrou
"condições hidrológicas desfavoráveis".
Na
sexta, o Sistema Nacional de Meteorologia emitiu um alerta conjunto de
emergência hídrica para a área da Bacia do Paraná, que abrange os estados de
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
O mês de junho vai começar com os principais reservatórios do SIN em níveis mais baixos do que o ideal para esta época do ano, o que tende a significar redução da geração de energia por hidrelétricas e o aumento da geração por termelétricas, o que encarece o custo da produção.
"Essa conjuntura pressiona os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto de prazo (PLD), levando à necessidade de acionamento do patamar 2 da Bandeira Vermelha. O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada", informa a nota.
BANDEIRAS
TARIFÁRIAS
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel e sinaliza o custo real da energia gerada.
Segundo a agência, as cores verde, amarelo e vermelho (nos patamares 1 e 2) indicam ao consumidor se a energia custará mais ou menos em função do custo da geração e possibilitará que ele tome medidas para reduzir o consumo.
COMO
ECONOMIZAR
O diretor do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), Maurício Gonçalves, aponta que duas variáveis são importantes na hora de economizar energia: o hábito de uso e a utilização de equipamentos mais eficientes.
Entre as práticas que reduzem o consumo, ele lembra as tradicionais:
Apagar
a luz ao sair de um cômodo;
Abrir
a geladeira apenas uma vez e não deixar a porta aberta por muito tempo;
Evitar
usar o ar condicionado e, ao usar, preferir a temperatura de 23°;
Tomar
banhos mais curtos ao utilizar o chuveiro elétrico;
Juntar
o máximo de roupas para passar de uma só vez.
"A
primeira coisa a se fazer é racionalizar o uso para que ele se dê de maneira
adequada. Por exemplo, às vezes as pessoas colocam o ar condicionado em 18°,
uma temperatura que não é compatível com nosso clima. Em ambientes
corporativas, às vezes você vê até as pessoas usando casacos. É energia
colocada fora"
MAURÍCIO
GONÇALVES
Diretor
do Sindienergia-CE
O segundo passo seria trocar equipamentos que, conforme o selo Procel, consomem mais energia por outros mais econômicos.
Todos os equipamentos eletroeletrônicos como geladeira, fogão, micro-ondas, máquina de lavar roupa, entre outros, possuem uma classificação de consumo de 'A' a 'G', sendo a classificação 'A' a mais econômica.
"Às vezes, esses aparelhos podem não serem os mais baratos, mas ao longo do tempo, eles se pagam com a economia na energia. Vale a pena gastar um pouco mais, são investimentos que se justificam", ressalta o diretor do Sindienergia.
Um terceiro passo para quem quer economizar ainda mais seria produzir a própria energia a partir de placas solares fotovoltaicas. Gonçalves alerta, no entanto, que, antes de realizar o investimento, as outras duas etapas mencionadas devem ser realizadas primeiro.
"Seria como colocar água dentro de uma caixa furada. Precisamos consertar os furos primeiros para não jogar a água fora. Esses passos são importantes para não acabar sendo instalada uma potencial maior que a necessária, o que encarece o investimento", detalha.
Diário do Nordeste