Desde
o início da quadra chuvosa no Ceará, em 1º de fevereiro, três açudes que
estavam no volume morto ou mesmo secos ganharam água e deixaram essa condição.
São considerados no volume morto os açudes que têm água, mas não em nível
suficiente para que haja retirada para abastecimento. Nos reservatórios nos
quais não há tomada de água, é considerado volume morto o açude com menos de 5%
da capacidade.
No
começo da quadra chuvosa, o Ceará tinha 20
açudes secos ou no volume morto. Nesta terça-feira, 9, conforme a resenha
diária de monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh), o número estava em 17. Dos 155 reservatórios monitorados
pela Cogerh, 12 estão em volume morto e outros cinco estão secos. No início de
fevereiro, 14 estavam em volume morto e seis estavam secos.
Um
dos reservatórios que saiu do volume morto foi a Barragem do Batalhão, em
Crateús. O açude tinha 16,48% da capacidade no fim de fevereiro e, com as
recentes chuvas, sangrou
na semana passada.
O
Favelas, em Tauá, também estava no volume morto, com 1,16% da capacidade, e
chegou ontem a 9,67%, saindo da situação crítica.
E
o Jatobá, em Milhã, estava seco no começo de fevereiro — condição abaixo
do volume morto. No fim do mês passado, estava com 4,67% Nesta terça,
chegou a 39,25%. A condição de volume morto varia conforme o reservatório
e de acordo com as dimensões. Em açudes de maior porte, um menor volume pode
representar ainda quantidade significativa de água.
Cenário
Apesar
da diminuição do número de açudes em situação crítica, há ainda cinco
açudes atualmente secos: Forquilha II (Tauá), Madeiro (Pereiro), Monsenhor
Tabosa (Monsenhor Tabosa), Pirabibu (Quixeramobim) e Salão (Canindé). A
situação é preocupante no municípios onde estão e nas cidades
vizinhas, que também contam com eles para abastecimento.
No
volume morto estão os açudes Adauto Bezerra (Pereiro), Barra Velha
(Independência), Castro (Itapiúna), Cipoada (Morada Nova), Joaquim Távora
(Jaguaribe), Pompeu Sobrinho (Choró), Potiretama (Potiretama), Riacho da Serra
(Alto Santo), São Domingos (Caridade), Sousa (Canindé), Trapiá II (Pedra
Branca) e Várzea do Boi (Tauá).
O panorama
aponta que o Ceará ainda está longe de uma reserva tranquila. Dos 155 açudes
acompanhados pela Cogerh, 59 têm volumes inferiores a 30%. A capacidade total
dos açudes é de 8,6 bilhões de metros cúbicos de reserva hídrica no território
cearense. Entretanto, o volume atual de todos está em 4,593 bilhões de m³,
correspondendo a 24,7% da capacidade.
O POVO procurou a
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) para explicar o registro da
queda dos açudes e quais motivos influenciaram a baixa e aguarda resposta.
Quadra chuvosa
A
quadra chuvosa no Ceará começou em 1º de fevereiro. Entretanto, as condições
para 2021 não são favoráveis. O
prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme),
divulgado em 20 de janeiro, apontou 50% de chance de chuvas abaixo da média
histórica no primeiro trimestre da quadra chuvosa no Ceará, de fevereiro a
abril.
Para melhorar a situação dos açudes, é necessário uma melhora na quadra chuvosa
no Estado e ter expectativas para mais precipitações nos municípios nas
próximas semanas, já que são o principal meio para garantir a recarga. Em
2020, a quadra chuvosa no Ceará foi a melhor em uma década.
O Povo