A
Volcon Grunt não é uma motocicleta típica. Tem grandes pneus de
borracha e um único farol LED tipo ciclope. Não é uma cruiser ou para corridas
de rua. Na verdade, não teria permissão nem para circular em áreas urbanas.
Mas
com velocidade máxima de 96 km/h e um motor elétrico que,
segundo o fabricante, pode percorrer 160 quilômetros com uma carga, o que essa
moto pode fazer é levar você para explorar a natureza e
voltar, quase silenciosamente.
O
mercado-alvo para a Grunt, com preço de US$ 5.995, são caçadores, amantes de
caminhadas, pescadores, observadores de pássaros e outros aventureiros. “Esta é
uma motocicleta não projetada para motociclistas”, diz Andrew Leisner,
diretor-presidente da Volcon, com sede em Austin, Texas.
O
mesmo, ao que parece, pode ser dito de muitas de suas concorrentes. Depois de
quase duas décadas de carros elétricos, há um boom de motocicletas elétricas de
todos os formatos e tamanhos. Existem motos para circular pelo bairro, pelo
campo e até mesmo algumas esportivas que custam mais de US$ 100.000.
Algumas,
como a Harley-Davidson Livewire, foram muito promovidas e testadas por um
grande número de jornalistas com carteira de motociclista. Outras, como a Zero
SR/S, são opções confiáveis nos círculos de veículos elétricos, mas ainda
desconhecidas pela grande população de motociclistas. Outras, como a Tarform
Luna, ainda não estrearam, embora o modelo deva ser lançado este ano.
Cada
uma, claro, promete alternativas elegantes e livres de emissões no lugar da
combustão interna. O segmento de motocicletas elétricas tem sido limitado pelo
alto custo inicial das baterias, mas está ganhando espaço.
Em
2019, o mercado global de motocicletas e patinetes elétricas atingiu US$ 30
bilhões, de acordo com a empresa de pesquisas Global Market Insights. A
previsão é de crescimento de 4% ao ano no futuro previsível e chegará a US$ 40
bilhões até 2026, segundo a GMI. O mercado de motocicletas convencionais, por
sua vez, estagnou.
O
potencial de crescimento das motocicletas elétricas é explicado pelo preço de
entrada mais baixo para novos motociclistas e amadores de fim de semana. Também
podem chegar a grupos periféricos de motociclistas que a maioria dos modelos
tradicionais não consegue atingir, diz Leisner, da Volcon, como pessoas que
gostam de dirigir em lugares remotos e intocados, hostis aos motores
barulhentos e à poluição veicular.
“Acreditamos
que o entusiasmo por atividades ao ar livre em acampamentos e pesca em geral e
na vida selvagem está crescendo, mesmo depois da pandemia”, disse Leisner.
“Estamos em um ótimo espaço.”
Melhor
ainda, as novas ofertas elétricas, como as da Zero Motorcycles, da Califórnia,
agora podem competir com sucesso com motocicletas convencionais no que diz
respeito à qualidade da fabricação e desempenho.
Não
demorará muito para que haja uma competição acirrada com as versões a gasolina,
de acordo com o responsável pela unidade de motocicletas da BMW. “A mobilidade
elétrica será importante para motocicletas em áreas urbanas dentro de cinco
anos”, disse o CEO da BMW Motorrad, Markus Schramm, em entrevista ao Cycle
World.
Embora
admita que o próprio conceito da BMW - que prometia um motor elétrico
cilíndrico futurístico localizado sob a bateria e a energia enviada para a roda
traseira por meio do eixo universal - não se tornará realidade.
Exame