Nesta
terça-feira (2), foi divulgado os resultados de um estudo que mostraram
uma boa eficácia da CoviShield, o nome comercial da vacina de Oxford. No
entanto, os dados mostram outro resultado além da proteção contra o
desenvolvimento de doença: os cientistas também identificaram a possibilidade
de que também seja reduzida a transmissibilidade dos vacinados que se
contaminaram.
Segundo o comunicado da Universidade de Oxford, entre
os vacinados, houve uma redução de 67% nos casos positivos de Covid-19 diagnosticados com exame PCR entre os que se
vacinaram. Na prática, isso significa que mais pessoas simplesmente não
contraíram o vírus, em vez de desenvolver uma infecção assintomática que
permitisse a replicação nas vias aéreas e sua consequente transmissão.
O
anúncio desta terça-feira é o primeiro indicador de que uma vacina pode impedir
a transmissão do vírus. Mesmo as que já estão em uso emergencial pelo mundo
foram testadas apenas em suas capacidades de proteger quem se vacinou contra o
desenvolvimento de doença.
Como
não houve testes relacionados à transmissão, os fabricantes garantem a proteção
contra o desenvolvimento da doença, mas não podem garantir que o vírus não se
replicará nas vias respiratórias a ponto de poder ser passado adiante, o que
dificultaria a obtenção da imunidade coletiva. O vírus continuaria circulando
livremente, apesar de não causar mais tantos danos, até chegar às pessoas que
não puderam se vacinar por quaisquer motivos.
Além
da questão da redução de transmissibilidade, o estudo, disponível em formato de
pré-print, também sustentou o regime de duas doses com três meses de intervalo
que tem sido utilizado no Reino Unido. A vacina teve uma eficácia forte de 76%
aferida durante esse período, indicando que, mesmo com só uma dose, ela se
manteve protetora até a segunda aplicação.
Olhar Digital