A
sonda chinesa que está a caminho de Marte vai iniciar na próxima semana
manobras de desaceleração, para ser captada pela gravidade do Planeta Vermelho,
informou nesta sexta-feira (5) a CNSA - Administração Nacional do Espaço da
China.
Em
comunicado, a CNSA disse que a sonda está estável e deve desacelerar por volta
de 10 de fevereiro, entrar em órbita e pousar na planície Utopia, no Hemisfério
Norte de Marte, em maio.
"O
local fica na encruzilhada de vários oceanos antigos", explicou. "Os
cientistas acreditam que o local tem grande valor científico e é provável que
alcance resultados inesperados", descreveu.
A
Tianwen-1 está no espaço há quase 24 semanas e estava a cerca de 81 milhões de
milhas (130 milhões de quilômetros) da Terra e a 5,15 milhões de milhas (8,3
milhões de quilômetros) de Marte no dia 3 de janeiro, horário de Pequim, de
acordo com a agência espacial chinesa.
A
distância entre a Terra e Marte depende das órbitas de ambos os planetas e pode
variar entre 55 milhões e 400 milhões de quilômetros.
O
diretor da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, Bao
Weimin, disse que a desaceleração vai ser crucial para o sucesso da missão
porque, se falhar, será uma "nave perdida" no sistema solar.
"Durante
a operação, os sistemas de orientação, navegação e controle desempenharão os
papéis principais, pois serão responsáveis por calcular e ajustar cada
manobra", afirmou Bao.
A
nave já realizou três correções de meio curso e uma manobra orbital no espaço
profundo, de acordo com o jornal oficial Diário do Povo.
A
grande distância entre a Terra e Tianwen-1 significa um atraso de comunicação,
à velocidade da luz, de cerca de dez minutos. Isso porque é impossível o
controle da sonda em tempo real. O equipamento recolher as informações e ordens
de execução enviadas da Terra, e realizar as manobras após o computador de
bordo reconhecer os comandos.
Após
entrar em órbita, a Tianwen-1 deverá preparar a tentativa de pouso do rover da
missão. O orbitador começará a localizar o principal local de pouso
pré-estabelecido, dentro da enorme bacia de impacto Utopia Planitia, ao sul do
local de pouso Viking 2 da Nasa, a agência espacial norte-americana.
Esta
manobra não será realizada logo após a chegada. De acordo com a CNSA, a
aterrissagem só ocorrerá em maio.
Se
tudo correr como o previsto, o rover Tianwen-1, de cerca de 240 quilos,
alimentado a energia solar, investigará as características da superfície e a
distribuição potencial de água-gelo com seu instrumento Radar de Exploração de
Subsuperfície.
O
rover chinês também analisará a composição do material da superfície e as
características do clima marciano e do ambiente.
A
agência espacial do país asiático tem pelo menos mais três missões desse tipo
programadas: a exploração de asteroides, por volta de 2024; outra missão a
Marte para recolher amostras, em 2030; e uma missão de exploração, no mesmo
ano, a Júpiter.
Nos
últimos anos, Pequim investiu intensamente em seu programa espacial e, em
janeiro de 2019, a sonda lunar Chang`e 4 pousou no lado oculto da Lua, não
visível da Terra, um marco nunca alcançado na história da exploração espacial.
A
missão Tianwen-1 vai juntar-se ao rover Perseverance Mars 2020, da Nasa, e ao
orbital Hope Mars, dos Emirados Árabes Unidos.
Agência Brasil