Sendo
uma das referências no combate da Covid-19 no Ceará, o Hospital Leonardo da
Vinci, da rede pública estadual, triplicou a quantidade de leitos disponíveis
da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de dezembro para fevereiro, após o
aumento da demanda.
A
unidade saiu de 30 leitos para 96, conforme dados da plataforma IntegraSUS
referente ao dia 7 de cada mês. Apesar do aumento de leitos, o Hospital já
contabiliza 92 pacientes na UTI e taxa de ocupação de 95,83%. Antes disso, o
crescimento já havia duplicado, de dezembro para janeiro, quando foi registrado
63 leitos.
Durante
o auge da pandemia, em maio, a unidade de saúde também chegou a registrar
ocupação de 97,2% tendo 104 leitos de UTI com pacientes - dos 107 disponíveis.
Como forma de acolher a demanda de atendimento, o Hospital aumentou a o número
de leitos para 144, em junho, chegando a 150, em julho. Essa quantidade
disponível permaneceu até setembro.
Em
outubro, depois da diminuição no número de leitos, a unidade apresentou 100% de
ocupação dos leitos da Covid-19, com 26 leitos da UTI e 41 da enfermaria. Já em
novembro contabilizou a menor quantidade de pacientes com Covid-19 internados,
tendo como referência o dia 7 de cada mês. Foram 13 para 20 leitos de UTI
disponíveis.
Leitos
de Enfermaria
Em
relação aos leitos de enfermaria disponíveis, o Hospital Leonardo da Vinci
manteve cerca de 66 disponíveis entre maio até outubro, com ocupação reduzindo
gradualmente até atingir 23 pacientes internados na enfermaria em novembro. No
mesmo mês, o Governo do Estado diminuiu a quantidade total para 38, registrando
taxa de ocupação de 60,53%, o menor número desde maio.
Apesar
dessa redução, desde dezembro a unidade tem registrado crescimento na
quantidade de pacientes internados. Foram 25 no último mês de 2020, 27 em
janeiro e 31 em fevereiro, enquanto a taxa de ocupação registrou
respectivamente 78,13%, 87,1% e 96,88%.
Cuidados
a serem mantidos
Para
a assistente social Ana Lúcia de Jesus Silva, 46 anos, foi com muita apreensão
que acompanhou o período de internação de sua mãe, Maria Consuelo de Jesus
Lima, 92 anos. A aposentada passou 3 dias na UPA Canindezinho e outros 6 dias
no Leonardo da Vinci. Neste último, foi no período específico entre 27 de
novembro até 3 de dezembro. Apesar de Maria não ter sido direcionada para a
UTI, precisou do auxílio do oxigênio para manter a respiração estável.
“Foi
muito ruim minha mãe ficar internada, ficar sem notícias. A gente tinha notícia
porque ficávamos todo dia ligando, buscando a assistente social”, explica Ana
Lúcia.
“A
sensação é horrível, a melhor coisa é a pessoa se precaver, ter muito cuidado e
ficar em isolamento”, compartilha a filha, que também apresentou diagnóstico
positivo para Covid-19. Após a recuperação da doença de sua mãe, a família
comemorou a vacinação na última sexta-feira (5). Apesar disso, os cuidados
serão mantidos pelos familiares.
Integração
à rede pública
Quando
os primeiros casos da Covid-19 chegaram no Ceará, o Governo do Estado
requisitou o Hospital Leonardo da Vinci, então desativado, para dar apoio às
ações de combate ao coronavírus. Ao fim de novembro, o Hospital Leonardo da
Vinci foi adquirido pelo Governo do Estado, tendo sido anunciado em live do
governador Camilo Santana (PT).
A
unidade iniciou atendimento exclusivo para pacientes com a Covid-19 no dia 23
de março, após o hospital privado ser requisitado pelo estado. Além de
pacientes da capital, também recebe enfermos vindos do interior do Estado.
Conforme
o contrato da utilização inicial de imóvel, o Hospital estaria disponível até o
dia 31 de dezembro do ano passado, somente por 9 meses. Com a aquisição do
Leonardo da Vinci, a unidade se integra à rede pública estadual. Durante o
anúncio, Camilo afirmou que estavam “transformando hospital privado em hospital
público do SUS".
Diário do Nordeste