A
venda de autoveículos teve uma queda de 26,2% no ano de 2020, ao serem
licenciados 2.058.437 unidades. No mês de dezembro houve crescimento de 8,4% na
comparação com o mês anterior. O último mês foi o melhor em vendas de
autoveículos no ano (243.967 unidades), com média diária de 11,6 mil unidades.
Na comparação com dezembro de 2019, houve queda de 7,1%, de acordo com dados
divulgados hoje (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea).
A
produção chegou a 209.296 unidades em dezembro, o que segundo a entidade, foi
uma boa surpresa, apesar de todos os desafios logísticos, das limitações de
insumos e dos protocolos sanitários. “A indústria fez um grande esforço para
atender a demanda, trabalhando aos finais de semana e suspendendo parte das
férias coletivas, mas entra em 2021 com os estoques mais baixos de sua
história, suficientes apenas para 12 dias de vendas”, disse o presidente da
Anfavea, Luiz Carlos Moraes.
No
acumulado do ano, houve queda de 31,6%, quando comparado às 2.944.988 unidades
de 2019 com as 2.014.055 produzidas em 2020. “As quedas acentuadas, mas não tão
drásticas como se projetava no início da pandemia. A grande injeção de recursos
emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas
do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram
fechadas”.
As
exportações de 324.330 unidades no acumulado do ano foram as piores desde 2002,
um retrocesso de quase duas décadas. O número foi 24,3% menor do que o
registrado em 2019. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da
metade do que se exportou em 2017 (US$ 15,9 bilhões).
Previsões
para 2021
De
acordo com o presidente da Anfavea, a entidade continua analisando o ano de
2020 com certa preocupação, mas avalia que os pontos positivos no meio da
pandemia, apesar de todos as dificuldades, foram a injeção de liquidez nas
linhas de crédito, o abono emergencial e as medidas de flexibilização para as
indústrias - como a suspensão temporária dos contratos e a redução da jornada
de trabalho. “Tudo isso ajudou a economia de alguma forma e atenuou a queda do
PIB (Produto Interno Bruto)".
Segundo
Moraes, ao olhar para 2021 a expectativa é a de que haja crescimento do PIB em
torno de 3,5%, o que indica que haverá crédito suficiente para atender o
crescimento do mercado. Ele avalia que o mercado trabalhará com um câmbio
flutuante e que a confiança do consumidor pode ser prejudicada pela pandemia, o
que pode ser revertido com a vacinação da população.
Para
o presidente da Anfavea, entre os desafios a serem encarados pelo setor estão a
fragilidade do mercado de trabalho, desafio fiscal com a crise da covid-19, aumento
da carga tributária anunciada pelo estado de São Paulo, extensão da crise
sanitária, questões de logística e de oferta.
“Nossa
estimativa para o setor em 2020 é conservadora, com a um crescimento de 15% nos
emplacamentos totais, 9% nas exportações, produção crescimento de 25%. Se
percebermos que existe movimento diferente das premissas iniciais podemos rever
e ajustar as projeções”, disse Moraes.
Agência Brasil