Em reunião com o secretariado, ontem, em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) destacou o cenário positivo nas contas públicas da Prefeitura. Ao lado do prefeito eleito, Sarto Nogueira (PDT), o Chefe do Executivo Municipal disse que vai passar o bastão na gestão com R$ 1 bilhão de recursos em caixa para investimentos.
Um
dos desafios da nova gestão é a economia, que foi muito impactada pela pandemia
da Covid-19. Em meio à crise, a geração de emprego se tornou uma das principais
demandas da população, não à toa os candidatos nestas eleições municipais
focaram em propostas voltadas para a questão do emprego e renda.
Segundo
o prefeito Roberto Cláudio, os últimos dois anos são os primeiros, em duas
décadas, que a Prefeitura alcança o superávit, ou seja, um resultado positivo
de todas as receitas e despesas do governo.
“Foi
o primeiro ano em 2018 e 2019 que o Município acumulou poupança. Isso quer
dizer o quê? Depois de pagar todas as despesas, depois de fazer todos os
investimentos, quando fechou a contabilidade, a gente ficou com dinheiro em
caixa. Só para ter uma ideia o Brasil vai fechar com um déficit primário de R$
1 trilhão”, disse.
Já
Fortaleza, continuou o Chefe do Executivo Municipal, terminou os últimos dois
anos sem despesas pendentes de pagamento.
“Quando
a gente chegou na Prefeitura nós recebemos um passivo de mais R$ 500 milhões. Isso
quer dizer: despesas existentes sem o devido recurso para poder pagá-la. Em
relação a isso, a gente vai deixar a Prefeitura sem dívida concreta e com um
caixa de investimento em torno de R$ 1 bilhão”.
Investimento
Roberto
Cláudio apontou que esse recurso é para concluir obras em andamento e construir
novas que, “eventualmente, o futuro prefeito decida fazer”. O atual prefeito,
no entanto, ressalta que os desafios na área econômica continuam. Ele lembra
que as receitas — dinheiro arrecadado — do Município caíram, neste ano, por
causa da pandemia.
“Não
há sinalização de uma melhora significativa. A gente vai viver o rescaldo deste
ano, como também ainda é um desafio de poder reorganizar a confiança na
economia, no próximo ano, e por essa razão é que a gente está trazendo para
essa reunião e na comissão de transição algumas preocupações que a gente tem em
relação à economia e o impacto no dia a dia do município”. Roberto Cláudio,
porém, não detalhou as questões. Ele e o prefeito eleito Sarto Nogueira se reuniram
com os 18 secretários do Município, em um hotel em Fortaleza, para um balanço
da atual gestão.
Ao
lado de Sarto, o gestor municipal disse, em tom de aconselhamento, que a
austeridade fiscal é uma prática que deve ser buscada ao longo de todo o Governo.
“Austeridade não é um fim em si mesmo, é um meio e ela não se pratica só no
começo do governo. A gente pratica ela todo dia, a economia estando bem, médio
ou mal”, disse.
Receitas
Apesar
do impacto da pandemia na receita do município, Fortaleza teve um crescimento
de 32% na arrecadação, entre 2013 e 2019. De acordo com o Portal da
Transparência da Prefeitura, em 2013, a Receita Corrente Líquida da Capital foi
de R$ 1,02 bilhão. No ano seguinte, a arrecadação subiu para R$ 1,2 bilhão.
Em
2015, a receita subiu para R$ 1,3 bilhão. Já em 2016 foi para R$ 1,5 bilhão. Em
2017, a arrecadação se manteve nesse patamar. Em 2018, a Receita foi para R$
1,8 bilhão e, no ano passado, chegou a R$ 2,03 bilhões. Essa alta na
arrecadação nos últimos anos contribuiu para uma situação favorável da gestão.
A retomada da economia, em meio à pandemia, é uma das preocupações de Sarto, ao
lado de outros temas como o combate à pandemia e a retomada das aulas nas
escolas públicas.
“Dinheiro
não aguenta abuso. Então, a gente tem que ter muito cuidado na gestão porque
ele vai embora bem facinho se você não cuidar direito. E com uma gestão de
quatro anos a gente espera que a economia responda para que a gente possa ter
mais recursos para investir”, citou.
Indefinição
da nova gestão
A
menos de 20 dias para assumir a Prefeitura de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT),
faz mistério sobre a composição da nova gestão. Ainda não se sabe se o
pedetista vai aproveitar algum secretário da atual administração do prefeito
Roberto Cláudio (PDT). Ao todo, existem 18 secretários.
“Nomes
podem ser aproveitados, mas nomes não tenho ainda. A gente vai elaborar essa
etapa de transição. Vamos ter diagnóstico completo de secretaria por
secretaria, órgão por órgão e, depois desse detalhamento, vamos passar para a última
etapa e ver quem traduz o perfil para executar a política específica daquele
órgão”.
Questionado
sobre a possibilidade de convidar vereadores da base aliada na Câmara Municipal
para compor o secretariado, Sarto disse apenas que existem “muitos vereadores
qualificados”.
“A
Câmara avançou. Estou conversando indistintamente com todos. Já conversei com
muitas bancadas e existem muitos vereadores qualificados, que podem ser
aproveitados para contribuir com o Executivo”.
A
expectativa é grande entre os vereadores aliados para compor a gestão, como
mostramos aqui no Diário do Nordeste, principalmente, entre os vereadores que
não foram reeleitos. Inclusive, alguns parlamentares, como o presidente da
Câmara Municipal, vereador Antônio Henrique (PDT), e o líder do prefeito,
vereador Ésio Feitosa (PSB), marcaram presença na reunião.
G1