A
Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (3), quatro mandados
de prisão temporária e outros 26 mandados de busca e apreensão nos estados
do Ceará, São Paulo e Bahia e bloqueou valores em contas dos
investigados. Conforme a PF, o suposto esquema tinha como alvos servidores
públicos, através de operações irregulares de crédito consignado entre 2008 e
2014.
De
acordo com a Polícia Federal, os indícios apontam suposta participação de um
ex-secretário de Estado da Casa Civil do Estado do Ceará, à época dos fatos em
apuração. Segundo informou a PF, há também supostos indícios de atuação do
genro desse ex-secretário, à época, gestor de uma das empresas que movimentou
mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação. Contra ele
também há um mandado de prisão. A PF não divulgou os nomes dos
investigados.
"A
Operação Onzenário investigou fluxo intenso de capitais obtidos de forma
criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de
investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de
sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de
dinheiro", disse a Polícia Federal, em nota.
Ainda
conforme a PF, os crimes investigados "são de associação criminosa,
corrupção, fraude em licitação, crimes contra o sistema financeiro nacional e
lavagem de dinheiro, culminando em enriquecimento ilícito dos investigados, que
são servidores públicos, ex-gestores de instituições financeiras e empresários,
em detrimento do sistema financeiro nacional e dos servidores públicos
estaduais do Estado do Ceará obrigados a arcar com juros mais elevados em
operações de crédito".
Crimes
entre 2008 e 2014
Os
mandados foram deferidos pela Justiça Federal, decorrente de investigação em
inquérito policial que apura os supostos crimes, que teriam ocorrido entre os
anos de 2008 e 2014, segundo a PF, em indícios de conluio entre agentes
públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que
atuaram no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha
dos servidores do governo do Estado do Ceará.
A Polícia Federal continua a investigação, com análise do material apreendido na operação, com o fim de detalhar a atuação de cada investigado e aprofundamento das investigações em curso. O nome da operação remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros.
Diário do Nordeste