Natal
e ano novo são sinônimos de festa, reunião familiar com mesa farta, abraços e
conversas longas madrugada adentro. Mas com a pandemia do novo coronavírus que
atingiu o mundo inteiro, e ainda faz vítimas todos os dias, esse momento
tradicional pode custar caro. Especialistas não recomendam reuniões nesse
período, ao mesmo tempo em que sabem que muita gente não deixará essa tradição
de lado. Por isso, saiba o que fazer para reduzir ao máximo os riscos de ir a
uma celebração de fim de ano e sair de lá contaminado pela covid-19.
Máscara,
álcool e distanciamento
Infectologistas
ouvidos pela Agência Brasil foram taxativos: apenas um meio de proteção não é
eficaz. Então, não adianta usar máscara e não higienizar as mãos com
frequência. Tampouco resolve tomar essas providências mas sair abraçando,
apertando mãos e se aglomerando em rodas de conversa.
“A
pessoa deve tentar restringir o risco de infecção, saindo o menos possível.
Manter a máscara e retirar apenas na hora de se alimentar. Todas as estratégias
são falhas, mas a soma delas ajuda, diminui o risco”, afirma Joana D'arc
Gonçalves, médica infectologista e professora de medicina do UniCeub, em
Brasília.
Ela
também ressalta a importância de manter distância das outras pessoas e não
compartilhar objetos como copos e talheres. Joana D'arc vai além e recomenda
que dias antes da festa de natal ou réveillon, caso seja possível, a pessoa
faça o teste RT-PCR, que identifica a presença do vírus no organismo e confirma
a covid-19.
De
acordo com os especialistas, a maioria das pessoas tem transmitido o vírus sem
sequer apresentar sintomas. Por isso, estar assintomático no dia da festa não
garante que a pessoa esteja sem o vírus no organismo.
Sem
abraços na virada do ano
O
próximo ano já chegará exigindo um esforço de todos. Quando o relógio marcar
zero hora do dia 1º de janeiro de 2021, evite dar o tradicional abraço de feliz
Ano Novo. “O contato próximo, de abraçar, beijar e apertar as mãos, deve ser
evitado”, diz Marcus Antônio Cyrillo, diretor da Sociedade Brasileira de
Infectologia (SBI).
“Porque
a gente sabe que esse vírus se propaga por gotículas respiratórias, secreções.
E abraçando outras pessoas, colocando a mão no rosto delas, ou mesmo no seu
rosto, você tem a possibilidade de transmitir o vírus”, completa Cyrillo. “Este
momento é sofrido, mas a gente não recomenda”, acrescenta Joana D'arc.
Ambientes
abertos e arejados
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) não se posicionou em relação às festas de
Natal e Ano Novo, apenas deu diretrizes para que os órgãos sanitários, como o
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, e a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Brasil, orientem os
governos locais sobre como a população deve se prevenir.
Em
meio às recomendações e protocolos, não há meias-palavras: reuniões devem ser
evitadas. “A OMS não recomenda aglomeração. E quando você fala em celebração,
você fala em aglomeração. Aqui no Brasil a gente está relaxando demais e
podemos ter consequências ruins”, afirma a infectologista.
Caso
a reunião da família no fim do ano seja inevitável, os anfitriões devem
promover ambiente o mais seguro possível para os convidados. A festa deve
acontecer, se possível, ao ar livre. No quintal ou na varanda de casa, por
exemplo. Nesses ambientes bem arejados, o vento tende a levar o vírus para
longe. Outra possibilidade é um ambiente fechado, mas arejado, com portas e
janelas abertas.
“Em
lugares fechados existem condições de umidade, temperatura, de matéria orgânica
onde o vírus pode se depositar. Ao ar livre essas condições são menos propícias
para o vírus se multiplicar ou ser transmitido para alguém. Mas se você estiver
em um ambiente fechado, mas arejado, com portas e janelas abertas, a chance
diminui”, explica Cyrillo.
Para
Joana D'arc e Cyrillo, o número de convidados não é tão importante quanto as
medidas de segurança. Ou seja, é mais seguro estar em uma festa com muita
gente, mas todas se prevenindo em um espaço adequado, do que em uma festa com
dez pessoas, sem máscara, sem ventilação e sem cuidados prévios.
Embora
pareça uma obviedade, não custa reforçar: se você tem sintomas do novo
coronavírus, como tosse, dor de cabeça, nariz escorrendo, dor de garganta,
febre, diarreia, seu lugar é longe das festas. O mesmo vale para pessoas do
grupo de risco. Idosos, diabéticos, obesos ou portadores de doença
imunossupressora.
Agência Brasil