A Moderna divulgou
nesta segunda-feira (16) um resultado de uma análise preliminar da fase 3 dos
testes da sua vacina contra
o novo coronavírus.
De acordo com a empresa, a vacina é 94,5% eficaz contra a covid-19. Para
Stéphane Bancel, CEO da companhia, o resultado é um “divisor de águas”. Isso
pode fazer com que a imunização seja aprovada para uso já no mês que vem.
“Este é um momento crucial no desenvolvimento de nossa
vacina candidata covid-19”, disse Bancel em comunicado. “Esta análise
provisória positiva de nosso estudo de fase 3 nos deu a primeira validação
clínica de que nossa vacina pode prevenir a doença covid-19, incluindo doença
grave.”
O
mercado se animou com o resultado. As ações da Moderna já acumulam
alta de mais de 12% na manhã desta segunda-feira (16), horas
antes da abertura do pregão da Nasdaq. A companhia começou o dia avaliada em
35,3 bilhões de dólares.
A
nova taxa de sucesso foi obtida após testes realizados em mais de 30 mil
voluntários. Apenas 95 pessoas infectadas foram infectadas com a doença após a
aplicação da vacina. Entre os casos, 90 voluntários estavam no grupo que
recebeu apenas o placebo da vacina, enquanto outras 5 pessoas receberam as duas
doses da proteção.
“Muitas
pessoas estão preocupadas com o que você obtém com uma vacina contra a gripe,
você sabe 50% a 60% eficácia”, disse Bancel. Com os novos resultados, o
executivo espera que a vacina ganhe a aprovação da Food and Drug
Administration (FDA). O órgão atua como uma Anvisa nos Estados Unidos.
Em
agosto, o governo americano fechou um acordo para a compra e entrega de 100 milhões de doses da vacina da
Moderna, caso ela se mostrasse bem sucedida nos testes clínicos.
Meses depois, a companhia informou que os órgãos de saúde dos Estados Unidos poderiam aprovar o uso emergencial da
vacina conforme os resultados obtidos nos testes de novembro.
O
mercado, inclusive, já esperava boas notícias neste sentido. Após a divulgação dos resultados eficácia da vacina Pfizer, produzida
em parceria com BioNTech, havia a expectativa de que a imunização da Moderna,
que usa processos semelhantes de produção, também registrasse uma taxa elevada
sucesso nos testes clínicos.
Há
uma diferença crucial entre as duas vacinas: a temperatura em que elas precisam
estar condicionadas enquanto estão armazenadas. A imunização da Pfizer requer
temperatura de armazenamento de 70 graus Celsius abaixo de zero, o que pode ser um problema. Já a vacina da Moderna
permanece estável em temperaturas entre 2 e 7 graus – semelhante a de uma
geladeira doméstica – por até 30 dias.
Com
os novos resultados, a Moderna segue se preparando ativamente para o lançamento
global da vacina. Isso pode acontecer já “nas próximas semanas”, segundo a
companhia. A Moderna espera que 20 milhões de doses estejam prontas para
embarque nos EUA. A previsão é fabricar entre 500 milhões e 1 bilhão de
doses no mundo em 2021.
Como
estamos?
Das
47 em fases de testes, apenas 10 estão na fase 3, a última antes de uma
possível aprovação. São elas a chinesa da Sinovac Biotech, a também chinesa da
Sinopharm, a britânica de Oxford em parceria com a AstraZeneca, a americana da
Moderna, da Pfizer e BioNTech, a russa do Instituto Gamaleya, a chinesa
CanSino, a americana Janssen Pharmaceutical Companies e a também americana
Novavax.
EXAME