Pelo
quarto mês consecutivo, o saldo de geração de empregos ficou positivo.
Foram criadas 394.989 vagas com carteira assinada em outubro, resultado de
1.548.628 admissões e de 1.153.639 desligamentos. O resultado recorde na série
histórica iniciada em 1992 está no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgado hoje (26) pelo Ministério da Economia.
O
estoque, que é a quantidade total de vínculos ativos, em outubro chegou a
38.638.484, variação de 1,03% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano,
o saldo é negativo em 171.139, decorrentes de 12.231.462 admissões e de
12.402.601 desligamentos.
Dos
cinco grandes grupamentos de atividades econômicas, quatro tiveram saldo
positivo no emprego em outubro. O principal foi o setor de serviços, que abriu
156.766 novas vagas. No comércio foram criados 115.647 postos; na indústria,
86.426; na construção, 36.296.
Segundo
o secretário do Trabalho, Bruno Silva Dalcolmo, em abril as admissões
caíram e as demissões registraram alta, em função da crise gerada pela pandemia
de covid-19. Esse efeito do início da pandemia levou o saldo de empregos
formais a permanecer negativo ao longo do ano. “As admissões encolheram muito,
chegaram a 40% do volume normal, durante o mês de abril. E houve pico de
demissões também. Isso abriu um déficit grande no mês de abril. A partir
daí, podemos notar uma progressiva retomada do ritmo normal da economia. Mas
como as empresas demitiram muito durante o mês de
abril e depois já estavam muito enxutas, é natural que as demissões
perdessem ritmo”, disse.
Atualmente,
acrescentou o secretário, as contratações estão em crescimento. “No momento de
reabertura da economia, de retomada forte como está acontecendo agora, isso
documentado por gastos de cartão de crédito, de energia elétrica, falta de
matéria-prima, é natural que as admissões crescessem em ritmo mais forte do que
as demissões”, acrescentou.
Recuperação
de empregos
O
ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que até o fim do ano é possível
recuperar os empregos perdidos no início da pandemia de covid-19. Para o
ministro, ao observar o saldo acumulado do ano até outubro, negativo (mais
demissões que contrações) em menos de 200 mil (171.139), é possível
prever que 2020 terminará sem perdas de empregos. “A pandemia atingiu
tragicamente as famílias brasileiras, derrubou os empregos, atingiu
pessoalmente todos nós. Mas reagimos com resiliência, soubemos fazer o distanciamento
social para proteger as nossas vidas e, ao mesmo tempo, manter a economia
girando para proteger os nossos empregos e nossas empresas. E podemos terminar
o ano perdendo zero de empregos no mercado formal. Nesta recessão, que nos
jogou ao fundo do posso, não perdemos o rumo, nos levantamos, e estamos criando
empregos em alta velocidade”, disse, ao participar do início da coletiva
virtual para a apresentação dos resultados do Caged.
Guedes
acrescentou que o resultado foi tão bom que pode não ser possível melhorar. “A
notícia é extraordinária. É tão boa que é difícil melhorar. Acho que não vamos
conseguir criar ainda mais empregos. Mas só a indicação de que podemos terminar
o ano com zero, é extraordinário”, ressaltou.
O
ministro reforçou que a economia brasileira segue em rápida recuperação. “Desde
1992, o Brasil não criava tantos empregos em um mês. A economia continua
retornando em V [rápida recuperação], gerando emprego em um ritmo acelerado”,
disse Guedes.
Desempenho
regional
O
mês foi positivo nas cinco regiões do país: no Sudeste, o saldo ficou em
186.884 postos; no Sul, resultado de 92.932; no Nordeste, foram criados 69.519
empregos formais; no Centro-Oeste, 25.024; e no Norte, 20.658 vagas.
Também
houve saldo positivo em todas as unidades federativas, com destaque para São
Paulo (119.261 novas vagas), Minas Gerais (42.124) e Paraná (33.008). Em termos
relativos, os estados com maior variação em relação ao estoque do mês anterior
foram Santa Catarina, Ceará e Amazonas.
Trabalho
intermitente e regime parcial
Em
outubro, houve saldo positivo de 10.611 empregos na modalidade trabalho
intermitente, resultado de 19.927 admissões e 9.316 desligamentos (278
trabalhadores assinaram mais de um contrato desse tipo). As novas contratações
ocorreram principalmente no setor de serviços, que teve saldo de 5.692
postos, seguido de construção (1.895 postos), indústria (1,6 mil), comércio
(1.056) e agropecuária (368).
Nos
contratos de regime de tempo parcial, o saldo foi de 1.328 empregos,
consequência de 14.742 admissões e 13.414 desligamentos (46 empregados
celebraram mais de um contrato nessa modalidade). As vagas foram abertas
principalmente no comércio (638 postos) e nos serviços (614). A indústria gerou
217 novos postos e a agropecuária, 21.
Acordos
Houve
ainda 15.331 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado em
outubro, envolvendo 10.043 estabelecimentos (38 empregados realizaram mais de
um desligamento). Nos dados por atividade econômica, esses acordos
distribuíram-se por serviços (7.262), comércio (3.409), indústria (2.736),
construção (1.420) e agropecuária (504).
Agência Brasil