Com a chegada
de outubro, inicia-se a época mais quente do ano no Ceará. Segundo
a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as
temperaturas elevadas, acima dos 30ºC, se tornam mais comum nesse período. Além
disso, o sol está mais presente, com dias de céu mais claro e poucas nuvens.
Esse cenário, conforme a Fundação, contribui para a baixa umidade relativa do
ar, que preocupa pelo agravamento de riscos para a saúde.
No
Ceará, a umidade relativa do ar pode ser reduzida para 20% e 30% durante o mês
de outubro, que integra o chamado B-R-O Bró. Esse período mais quente do ano,
principalmente em áreas mais distantes do oceano, como o Interior do Estado,
registra índices preocupantes de umidade relativa, se comparado com o nível
ideal apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Conforme a Organização,
valores abaixo de 60% podem trazer riscos, principalmente de desconfortos
respiratórios.
Com
o ar mais seco e a temperatura mais quente, é possível perceber outros
desconfortos, como a irritação nas mucosas do nariz e da boca, provocados pela
desidratação. Segundo o nutricionista esportivo e funcional Marcelo Felipe,
outros sintomas da desidratação são o cansaço, a dor de cabeça, tontura, pele
ressecada, e o aumento da fome. Para evitar os desconfortos, é necessário
aumentar a presença da água no ambiente, uma dica é utilizar umidificadores ou
recipientes com água distribuídos pela casa. Além disso, utilizar roupas mais
frouxas e de tecido mais leve.
Consumo
de água deve ser distribuído ao longo do dia
Manter-se
hidratado é fundamental. A água é uma aliada para amenizar os efeitos da
temperatura elevada sobre o corpo. Para diminuir o calor, uma dica do
nutricionista é o consumo de líquidos gelados, priorizando sempre a água em
relação aos sucos e os chás. “A gente faz um cálculo de 30 ml a 35 ml por kg,
para saber as necessidades hídricas do paciente. Vai depender do peso, das
atividades que o paciente faz, se ele está em ambiente mais quente”, comenta
Marcelo. Geralmente, esse cálculo fica entre dois a quatro litros por dia.
A
recomendação, contudo, é evitar consumir mais que 1 litro de líquidos que não
sejam água, como os chás e sucos. “A gente prefere mesmo a água gelada, porque
ela melhora mais essa sede. Os sucos, cafés ou chás são falsos hidratadores”,
explica Marcelo, lembrando que o suco deve ser consumido sem açúcar. Para
manter a hidratação, eles devem ser ingeridos de forma distribuída ao longo do
dia, alternando entre as refeições. Uma dica do nutricionista é manter sempre
uma garrafa com água por perto, ou usar aplicativos que possam lembrar que é
hora de se hidratar.
Uma
forma de identificar sinais de que o corpo está bem hidratado ou não, é
conferir a frequência com que a pessoa vai até o banheiro urinar. Segundo o
nutricionista, o ideal é ir pelo menos cinco vezes ao dia, de forma bem
distribuída. Se a urina apresentar cor escura ou odor forte, é um sinal de que
ela precisa consumir mais líquidos. “A água vai fazer essa limpeza profunda no
nosso corpo, eliminando as toxinas produzidas ou que foram adquiridas em
alimentos ou pela poluição no ar”, detalha Marcelo.
Aliada
na dieta
Para
quem está em dieta, na tentativa de controlar o peso, a hidratação é uma
aliada, segundo o nutricionista Marcelo Felipe. O aumento da ingestão de
líquidos pode ajudar a controlar a fome. “Meus pacientes que tomam mais água
têm um controle maior da fome. Eles se hidratam entre uma refeição e outra,
porque ajuda nessa questão, de o paciente não trocar a água pela comida. Se ele
está desidratado, ele vai atrás da comida”, explica Marcelo.
Outros
benefícios são a diminuição do ressecamento das mucosas do corpo, a melhora das
alergias e da retenção de líquidos, que provocam inchaços no corpo. Além da
prevenção de cálculo renal, estímulos para o bom funcionamento dos rins, a
melhora da lubrificação das articulações e da circulação do sangue.
Água
saborizada é estratégia
No
caso de crianças e, principalmente, idosos, que possuem mais dificuldade com o
consumo da água em relação às outras faixas etárias, uma estratégia para se
manter hidratado é o consumo de alimentos ricos em líquidos, como mamão,
abacaxi, laranja e melão, por exemplo. Uma outra estratégia é dar sabor a água,
acrescentando folhas de hortelã, pau de canela ou gengibre, que estão entre as
receitas mais comuns.
Frutas também costumam ser adicionadas para dar sabor ao líquido. A laranja é uma das indicadas pelo nutricionista Marcelo Felipe. “Vai depender se o paciente tem alguma coisa gástrica ou problema de pressão”, complementa. “Mas o limão, o gengibre, a canela e o hortelã são os que a gente mais orienta colocar, porque não mexeria na caloria do dia a dia, e facilitaria o gosto”.