Pouco
mais de seis meses após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar estado de
pandemia do novo coronavírus, os casos de Covid-19 no mundo ultrapassam 31
milhões e os mortos somam mais de 966 mil. Conforme o órgão internacional, na
última semana o número de óbitos diminuiu; entretanto, foram registrados
quase dois milhões de novos casos. "O que representa um aumento de 6% na
comparação com a semana precedente e o maior número de casos desde o início da
epidemia", afirma.
O
Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças contabiliza aumentos na
taxa de notificação de casos há mais de 50 dias. Mais de metade dos países da
União Europeia vivem um aumento de confirmações da doença. "Embora o
aumento dos testes contribua para uma melhor consciência de toda a transmissão
em curso, não é a única razão para o aumento de casos, que também está
relacionado ao relaxamento do distanciamento e outras medidas
preventivas", explica o Centro.
Em
Portugal, o universitário fortalezense Gregory Marklew, 22, conta que
"lojas e shoppings estão fechando mais cedo e limitando mais ainda quantas
pessoas podem entrar". No país há dois anos e 11 meses, o jovem
relata que outras restrições podem voltar em outubro, como fechamento de
escolas e aulas das universidades 100% online. No início de setembro, o governo
português relatou 486 novos casos, seu maior número diário desde maio, quando o
país começou a reabertura.
Na
Espanha, a maior preocupação é com Madri. A capital do país responde por quase
um terço dos 122 mil novos casos registrados nas últimas duas semanas. Os 850
mil moradores das áreas afetadas, que representam 13% da população e 25% das
infecções, estão desde segunda-feira, 21, em um regime de mobilidade restrita.
Sair de casa só é permitido por razões de primeira necessidade, como trabalhar,
ir ao médico ou levar os filhos à escola.
Outro
país em situação preocupante, a Inglaterra anunciou ontem, 22, novas
restrições. Entre elas, toque de recolher para bares e restaurantes e retorno
ao teletrabalho. O país elevou para 4 (em uma escala até 5) o nível de alerta
pela Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde inglês, as taxas de hospitalização
estão dobrando a cada oito dias.
O
Oriente Médio também vem preocupando com o avanço do novo coronavírus. Em
Israel, um segundo lockdown nacional teve início na última sexta-feira, 18,
motivado pelo registro de mais de cinco mil casos diários da Covid-19 neste
mês. O Irã também voltou a apresentar um alto índice de novas infecções,
chegando a mais de três mil por dia. Autoridades do país falam em uma terceira
onda: a primeira teria ido de fevereiro a maio. Os casos da doença voltaram a
crescer em junho e haviam caído no fim de agosto.
Na
contramão, e apesar do aumento das infecções, a Índia prossegue com a reabertura
da economia. O país é o segundo em registros oficiais da Covid-19 e terceiro em
número de mortes. A Índia registra cerca de 100 mil novos casos todos os dias,
porém, depois do rígido lockdown entre março e junho, o primeiro-ministro
Narendra Modi não quer impor restrições estritas novamente.
O POVO