Com
a pandemia do novo coronavírus, o funcionamento das 19 policlínicas do Ceará
sofreu alterações para evitar o contágio de pacientes. Com isso, o número de
consultas das unidades no primeiro semestre de 2020, caíram em 43,5% quando
comparado aos seis primeiros meses de 2019.
Em
regulamentação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), feito ainda em março,
ficou definida a suspensão de cirurgias, exames e consultas eletivas. A
resolução incluiu as policlínicas, modificando o fluxo de atendimentos dessas
unidades.
De
acordo com dados da plataforma IntegraSUS, foram realizados 180.337
atendimentos em 18 delas de janeiro a junho de 2019. No mesmo período de 2020,
o número caiu para 101.874. Quando comparado apenas o período da pandemia no
Ceará, o valor é ainda menor.
De
março a junho de 2020, foram registradas 38.433 consultas, enquanto nesse
intervalo de tempo no ano anterior foram 116.384. Isso revela uma queda de
66.9% na quantidade de consultas realizadas durante esses quatro meses.
De
acordo com a secretaria, um dos motivos para a diminuição seria que os
pacientes não se sentem seguros para consultas eletivas diante do novo cenário
da saúde. “Atualmente, a maioria das regiões ainda está em curva ascendente de
casos da Covid-19. Há ainda as barreiras sanitárias entre os municípios, que
também refletem no deslocamento e, por consequência, no número de atendimentos
realizados nas policlínicas. A prioridade atual é o transporte sanitário para
transferência de pacientes com Covid-19", explicou por nota.
Também
na plataforma, o cenário de maior redução pode ser visto no mês de abril. Em
2019, foram 31.339 registros de consultas nas unidades no quarto mês do ano. Já
em 2020, essa quantia baixou para 1.801.
Atendimento no
interior
Ainda
no mês de abril, não foram notificadas consultas nas policlínicas dos
municípios de Barbalha, Limoeiro do Norte, Campos Sales, Baturité e Crateús. No
IntegraSUS, a policlínica de Crateús tem número de consultas divulgadas apenas
até fevereiro. Conforme a Pasta, o motivo é a suspensão temporária do serviço ambulatorial.
Em
planejamento para retomada, a Sesa explicou que a abertura total da rede de
saúde ocorre na fase de transição “Os gestores de cada região de Saúde estão
elaborando um cronograma de agendamento de retornos e novas consultas. A
orientação é realizar abertura garantindo atendimento seguro com distanciamento
social. A expectativa é que o número de atendimentos nas policlínicas aumente
progressivamente”, afirmou.
Mudanças
A
partir do dia 19 de março, uma portaria do Governo do Estado estabeleceu que o
funcionamento das policlínicas deveria seguir para pacientes que tivessem de
“receber medicação de uso constante, risco de descompensação do quadro clínico
em doente crônico, gestantes de alto risco, pacientes oncológicos, dentre
outros”. Dessa forma, essas pessoas não ficariam desassistidas e evitaria o
contágio pela Covid-19.
Médicos
ginecologistas, ortopedistas e traumatologistas, fisioterapeutas gerais,
oftalmologistas e cardiologistas são as especialidades mais buscadas durante a
pandemia, nesta ordem. Nos dois períodos, a faixa etária que mais compareceu às
consultas foi de idosos de 60 anos ou mais, sendo mais de 42 mil deles em 2019
e apenas 23.707 neste ano.
G1 CEARÁ