Há
sete semanas, a média diária de óbitos em decorrência da Covid-19 por Semana
Epidemiológica (SE) apresenta queda no Ceará. Com cenário heterogêneo, essa
curva se diferencia nas diferentes macrorregiões do Estado. A média da SE 28 (4
a 11 de julho) foi de 36 óbitos. A tendência de foi registrada após pico de 140
mortes por dia, em média, na SE 21. A redução é puxada por Fortaleza, que
apresenta situação mais estável, com oito semanas de redução. Sertão Central
ainda apresenta crescimento e as demais apresentam redução considerada não
consistente. Risco de aumento de indicadores ainda pode ser registrado,
conforme especialistas.
A
macrorregião de Sobral, na Região Norte, apresenta cinco semanas com diminuição
da média diária de mortes. No caso do Litoral Leste/Jaguaribe e Cariri, foi
observada apenas uma semana de queda. As informações são da Secretaria Estadual
da Saúde (Sesa). Conforme com Magda Moura de Almeida, secretária executiva de
Vigilância e Regulação da Sesa, "se esse cenário continuar progredindo
nessa velocidade" no Sertão Central, é possível que o Governo faça
recomendações ou institua medidas mais rígidas para a região. "A situação
de Fortaleza é um pouco mais confortável com queda progressiva de casos e
óbitos. Região Norte começou a reduzir, mais ainda precisa continuar a queda
para confirmar a tendência", explica.
Roberto
da Justa, infectologista do Hospital São José e professor da Universidade
Federal do Ceará (UFC), alerta que, no Interior, o vírus ainda circula muito e
há muitas pessoas suscetíveis. O que indica que as medidas de isolamento devem
ser mantidas.
"Eu
diria que ainda há um risco de segunda onda. Não se sabe exatamente quantas
pessoas já foram infectadas. As informações se originam de estudos utilizando
métodos sorológicos. A informação pode não ser muito precisa. Há risco se
houver muitas pessoas suscetíveis. Tudo indica que a imunidade não seja duradoura.
Ainda podemos ser surpreendidos com surtos ou uma nova onda. Só uma vacina em
massa pode mudar o cenário de incerteza", avalia o médico, integrante do
Coletivo Rebento - Médicos e Médicas em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS.
"A
tendência mais evidente ainda é a do não estabelecimento de controle epidêmico
no interior do estado", analisa Fabrício de Maicy, infectologista do
Hospital São José e integrantes do Coletivo Rebento. Ele ressalta a
desigualdade econômica como fator que influenciam na "diferença da
letalidade como consequência da menor assistência à saúde, maior exposição a
riscos e menor capacidade de distanciamento com suporte para a
sobrevivência".
O
Ceará registra 139.437 casos de Covid-19 e 6.977 mortes pela doença, conforme
atualização às 10h25 min de ontem, 14, da plataforma IntegraSUS, da Sesa. Foram
2.223 casos e 2 mortes a mais que o registrado na segunda-feira.
O POVO