O
governador do Ceará Camilo Santana intensificou divergências em relação ao PT,
ao qual é filiado, na noite de ontem. Remotamente, ao centro do Roda Viva, da
TV Cultura, ele afirmou que o ex-presidente Lula está "equivocado" ao
ser contra a construção de coalizão entre legendas de diversos campos
ideológicos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Camilo
também avaliou que "remédio para governo ruim" é pressão popular, com
a conclusão de que, por ora, o impeachment não é a melhor saída. O PT é um dos
que pleiteiam a abertura de um processo de deposição do presidente na Câmara
dos Deputados, presidida por Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem cabe decidir ou não
pelo andamento da matéria. Um dos argumentos petistas é o de enxergar no
militar reformado uma ameaça à normalidade institucional.
O
entendimento de Camilo é de que, embora a democracia seja sólida e ainda não
esteja em situação de risco, é necessária a união de forças democráticas para o
enrobustecimento de força contrária ao presidente e à plataforma por ele
apresentada até aqui, sobretudo na condução da crise da pandemia.
"Inclusive, acho que o ex-presidente Lula está equivocado com essa postura
(de ser refratário à construção). É momento para todos que acreditamos na
democracia nos unirmos, deixar (eleições de) 2022 de lado."
Sobre
o clima de desavença entre os dois principais aliados, o petista e o pedetista,
Camilo afirmou que o correligionário foi o melhor presidente que o País já teve
desde a redemocratização do Brasil (1988), ao que Ciro foi elogiado como uma
das principais inteligências brasileiras. "O que eu puder fazer para
uni-los, farei."
O
tom do petista foi elevado em relação ao comumente visto em suas falas quando o
tema foi a gestão Bolsonaro. O governador cearense classificou como
"impressionante", no aspecto negativo, o fechamento dos números
referentes à pandemia do coronavírus que se alastra pelo País.
"Olha,
eu acho que remédio para governo ruim é pressão popular. Impeachment é o
extremo e precisa ter motivos legais, como diz a Constituição. No momento, é
pressão popular, e temos eleições daqui a dois anos e meio. É muito ruim impeachment
para o Brasil", ele respondeu.
A VOZ DE SANTA QUITÉRIA