Aqueles
com menos de 20 anos têm metade da probabilidade de contrair o novo coronavírus
em comparação com o resto da população, de acordo com um estudo
publicado nesta terça-feira, 16, que constatou que quatro em cada
cinco jovens contaminados não apresentavam sintomas.
A
pesquisa, publicada na revista médica Nature Medicine
Journal, poderia alimentar a reflexão das autoridades sobre a conveniência
de reabrir escolas à medida que seus países emergem do confinamento.
Especialistas
da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres desenvolveram modelos de
transmissão da Covid-19, segundo a idade, com base em dados como taxa de
infecção e gravidade dos sintomas em seis países: Canadá, China, Coreia do Sul,
Itália, Japão, Singapura.
Concluíram
que aqueles com menos de 20 anos têm metade da probabilidade de contrair a
doença que os mais velhos.
Também
encontraram uma grande lacuna nos casos sintomáticos em função da idade: apenas
21% dos jovens com entre 10 e 19 anos podem apresentar sintomas, em comparação
com 69% daqueles com mais de 70 anos.
Os
pesquisadores então simularam surtos de Covid19 em 146 capitais do mundo para
determinar se o fechamento de escolas afetava a propagação da doença.
Ao
contrário dos surtos de gripe, cuja transmissão pode ser significativamente
reduzida se as escolas forem fechadas, os autores observaram que a medida não
tem impacto no caso do novo coronavírus.
"Abrir
ou não abrir escolas é uma questão complicada", disse a co-autora do
estudo Rosalind Eggo. "Nós fornecemos algumas evidências que indicam uma
menor sensibilidade em crianças" à Covid-19, acrescentou.
Numerosos
estudos mostraram que a doença atinge principalmente pessoas idosas. Entre as
crianças, quase não existem casos, embora ainda não se saiba ao certo se é
devido ao fato de elas a contraírem menos ou de não apresentarem sintomas.
Uma
das explicações consideradas sugere que as crianças estão melhor protegidas,
devido ao fato de terem desenvolvido uma imunidade cruzada, estando mais
expostas a outros tipos de coronavírus do que os adultos.
Nicholas
Davies, co-autor do estudo, também apontou que seu trabalho não permitiu
"avaliar em que medida os casos assintomáticos são mais contagiosos do que
os sintomáticos".
"Há
alguma evidência de que indivíduos assintomáticos são menos contagiosos, e há
muitas evidências de que indivíduos assintomáticos e pré-sintomáticos são
certamente potencialmente contagiosos", disse ele.
O POVO