
Dentre
várias as consequências motivadas pela pandemia do coronavírus, uma delas foi
bem dura para com milhares de quiterienses: as perdas no mercado de trabalho.
Entre janeiro e abril deste ano, foram encerrados 1.013 postos de trabalhos
formais em Santa Quitéria, segundo o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério da Economia.
O
impacto se mede a partir das piores posições no Estado: o Município teve o
terceiro pior saldo de empregos do Ceará, à frente de cidades-polo como
Caucaia, Juazeiro do Norte, Eusébio e Sobral.
No começo de abril, 1.143 colaboradores foram demitidos da fábrica de
calçados Democrata, maior empregadora local. Pouco mais de um mês
depois, a empresa voltou a readmitir alguns deles, operando com aproximadamente
10%. Para as próximas semanas, ela poderá operar com até 30%, conforme plano de retomada econômica lançado ontem pelo Governo do Estado.
Além do polo calçadista, outros setores também ficaram bastante comprometidos
na cidade.
Especialistas
avaliam que este saldo negativo deve demorar pelo menos três meses após a
retomada das atividades para começar a ser revertido e com o retorno ao
trabalho cheio de incertezas. "A economia não tem condições de repor todas
essas vagas de uma vez. No próximo trimestre, talvez já comecemos a ver algum
tipo de melhora nesse saldo", projeta Aécio de Oliveira, professor de
Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará.
Erle
Mesquita, coordenador de Estudo e Análise de Mercado de Trabalho do Instituto
de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), acredita não ser possível prever quando o
mercado de trabalho deverá se recompor. Segundo ele, serão necessárias
políticas do trabalho e união entre as diferentes instâncias de poderes e
gestores para recuperar os empregos perdidos e gerar novos.
A
Voz de Santa Quitéria