Dois homens que participavam de uma carreata que pedia o fim do isolamento
social no Ceará foram detidos na
tarde desta sexta-feira (17), no entorno da Praça Portugal, no Bairro Aldeota,
em Fortaleza. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Ceará. Momentos
antes, a dupla já havia sido orientada por policiais militares para não se
aglomerarem no local. O protesto começou com carreata pelas ruas da capital
cearense e, em seguida, os manifestantes se aglomeraram na praça. O
estado é atualmente um dos mais afetados do país, com mais de 2,7 mil pessoas infectadas e 155 óbitos.
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De
acordo com a Polícia Civil, os dois homens, com idades de 38 e 48 anos, eram os
organizadores da carreata, que descumpre o decreto do governo do Ceará proibindo
aglomeração de pessoas devido à pandemia do novo coronavírus .
A
manifestação reuniu apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem
partido). Eles vestiam camisas nas cores verde e amarelo, e alguns tinham o
rosto do presidente estampado na blusa. Outros manifestantes tinham carros com
adesivos com a frase "precisamos trabalhar", além de mensagens que
criticavam o governador Camilo Santana (PT).
Os
dois homens detidos foram conduzidos para a sede do 2º Distrito Policial onde
foram autuados em um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por infringir
determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de
doença contagiosa, artigo 268 do Código Penal, com pena prevista de detenção de
um mês a um ano, e multa.
Pedido de
proibição
O
Ministério Público do Ceará (MPCE) e o Ministério Público Federal no Estado
(MPF-CE) enviaram recomendação, nesta sexta-feira (17), aos órgãos de segurança
pública do estado para que adotem as providências necessárias para evitar carreatas e
quaisquer manifestações semelhantes em Fortaleza e outros
municípios cearenses. O foco é evitar a proliferação da Covid-19.
A
medida considera que indivíduos e organizações têm usado as redes sociais para
convocar a população para participar de carreatas contra as medidas de
isolamento social.
Caso
a recomendação não seja acatada, o Ministério Público pode adotar outras
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis, como o ajuizamento de uma Ação
Civil Pública por ato de improbidade administrativa.
G1 CEARÁ