Adequar
a forma de se locomover pela cidade às alternativas sustentáveis contribui para
melhorar a qualidade de vida da população, o que ainda exige mais iniciativas
na capital cearense. Uma delas, ainda em fase de estudos, prevê a utilização de
combustível à base de resíduos sólidos nos carros compartilhados de Fortaleza,
o Vamo (Veículos Alternativos para Mobilidade).
Por
volta de 60% da poluição da Capital vêm da descarga de automóveis e pode ter
relação com as mortes em decorrência de doenças respiratórias. A informação é
do secretário-executivo de Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto
Sabóia, que vê os aterros sanitários como aliados na geração de um combustível
não poluente. "Estamos pensando em um Vamo movido a biometano, gás
produzido pelos resíduos sólidos para complementar esse projeto",
esclarece Sabóia.
Ainda
em fase conceitual, como classifica o gestor, o projeto deve utilizar o
material de aterros sanitários para a produção de combustível para os carros
compartilhados.
Os
ecopontos, estações de coletas de lixo distribuídas pela cidade, podem
funcionar como espaços de abastecimento para esse tipo de modal. "A gente
iniciou uma série de conversações com a Companhia de Gás do Ceará e, juntamente
com a Secretaria de Conservação, nós desenhamos uma ideia inicial de piloto. A
gente está agora numa fase de conversação técnica, mas já há tecnologia para
isso", detalha o secretário sobre a ideia.
Sabóia
analisa que os impactos na saúde da população e para a boa manutenção do meio
ambiente de Fortaleza dão relevância ao projeto. "A gente não vê, mas a
poluição do ar acaba impactando em muitas doenças respiratórias,
principalmente, em idosos e crianças. Quando você tem um modal como esse, que é
zero poluente, isso aponta para o futuro. A importância do Vamo está em um modo
de transporte sustentável e que incorpora esse conceito de
compartilhamento", ressalta.
No
entanto, para viabilizar o projeto, ainda é necessário estabelecer parcerias
com a iniciativa privada já que, como informa o secretário, não será utilizado
dinheiro público para o desenvolvimento da tecnologia, que deve ser iniciada em
2021.
Carros
compartilhados
O
sistema de carros compartilhados de Fortaleza, que utiliza somente modelos
elétricos, recebeu uma atualização, na tarde de ontem (20), com a substituição
de veículos por outros com maior espaço. Agora são 15 carros, com cinco lugares
para os usuários, e bagageiro em 13 estações e quatro vagas espalhadas pela
cidade.
Em
funcionamento desde 2016, o Vamo foi utilizado em 6.739 deslocamentos e
contribuiu para a economia de nove toneladas de dióxido de carbono (CO2). Além
disso, cerca de 4.420 usuários estão cadastrados na plataforma online.
Luiz
Sabóia comenta que a iniciativa deve ter maior abrangência na cidade nos
próximos anos. "Nas nossas estatísticas, as estações mais demandadas eram
do Jóquei Clube e da Igreja de Nazaré. A gente tem uma quantidade de veículos
pequena, então acabamos concentrando, mas o projeto pode ser levado a várias
áreas da cidade"
Diário do Nordeste