Acidente com avião matou três pessoas em Belo Horizonte e destruiu carros (REUTERS/Cristiane Mattos/Direitos Reservados) |
Apontado como o atual operador do avião monomotor prefixo
PR-ETJ, que caiu em um bairro residencial de Belo Horizonte (MG), hoje (21), o
empresário Srrael Campras dos Santos está entre os três feridos em decorrência
do acidente.
Segundo
o contador Agenor Hermógens Canuto Neto, amigo de infância de Santos, o
empresário foi socorrido no Hospital João XXIII, estabelecimento público
administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.
“A
família ainda não sabe ao certo o que aconteceu, o que ele estava fazendo, e eu
não sei dizer para onde ele estava indo. O que sei é que ele está no bloco
cirúrgico, com 50% do corpo queimado”, disse Neto à Agência Brasil.
Sem
mencionar nomes, a Fundação Hospitalar confirmou que os três homens feridos em
decorrência do choque do avião contra o solo estão internados no João XXIII.
Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião SR20 foi adquirido em julho deste ano. Desde então, Santos aparece como operador [que não é o piloto] da aeronave que, antes, pertencia à empresa Helicon Táxi Ltda Aéreo, sediada em Colombo, no Paraná, e cujos representantes informaram à Agência Brasil que o monomotor estava em condições regulares de uso quando foi negociado.
Condições normais
de aeronavegabilidade
No
RAB, consta que a aeronave – fabricada em 2007 – estava em condições normais de
aeronavegabilidade, embora tenha tido o pedido para realizar serviço de
táxi-aéreo negado.
Cruzando
as informações fornecidas pelo operador no Registro Aeronáutico Brasileiro com
os da Receita Federal, a reportagem não conseguiu identificar o setor de
atividade a que Santos se dedica atualmente.
Os
mesmos dados, no entanto, indicam que, em 2014, ele fundou uma pequena empresa
de desenvolvimento de programas de computador sob encomenda, com capital social
de R$ 2 mil. Hoje, o mesmo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) está
associado a uma outra pessoa e a uma outra empresa.
Os
representantes da Helicon e o contador Agenor Hermógens Canuto Neto disseram
não saber informar para que a aeronave seria utilizada.
O
aparelho caiu em uma área residencial do bairro Caiçara, na região Noroeste da
capital mineira, perto das 9 horas desta segunda-feira (21). Na queda, atingiu
pelo menos três carros, pegando fogo em seguida.
Três
pessoas morreram: um ocupante do avião; uma pessoa que estava dentro de um dos
três veículos atingidos em solo pela aeronave e, possivelmente, um pedestre que
passava pelo local no momento do acidente.
Vizinha
do local onde o avião caiu, no cruzamento das ruas Rosinha Sigaud com Minerva,
a cerca de 1,3 quilômetro do Aeroporto Carlos Prates, de onde partiu o
monomotor, Célia Abadia Boy contou que ouviu um barulho muito forte, semelhante
a uma explosão, e correu para janela.
Fogo atinge avião
e carros
“Da
minha casa dá para ver o local onde o avião caiu. A primeira coisa que eu vi
foi o avião e carros pegando fogo. E, então, vi pessoas correndo, gritando e
uma delas estava em chamas”, narrou Célia, acrescentando que os moradores do
bairro Caiçara “vivem com medo, com um pressentimento de que um avião está
sempre para cair sobre nossas cabeças, sobre nossas casas”.
Este
é o segundo acidente do tipo registrado este ano no mesmo bairro. Em abril, um
monomotor modelo Socata ST-10 Diplomate caiu sobre a rua Minerva, matando o
piloto, o médico Francisco Fabiano Gontijo, 47 anos, e um instrutor de voo.
Segundo
a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou na época, a aeronave estava
voando com a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) vencida. Obrigatório, esse
documento deve ser renovado anualmente.
Além de Santos, um outro paciente está internado no Bloco Cirúrgico e seu quadro é considerado gravíssimo. A terceira vítima encontra-se na unidade de Politraumatismo, com 20% do corpo queimado. Os três feridos sofreram queimaduras de 2º e 3º graus.
CearáNews7