Divulgação TV Brasil |
“Pedro
Henrique, Luís Felipe, João Eduardo, Maria Carolina, Maria Eduarda, Maria
Fernanda e Maria Beatriz”, enumera orgulhosa a engenheira civil Julyana Mendes
Caiado. Esses são os nomes dos sete filhos que mudaram a sua vida. Educadora
parental, palestrante e colunista da Revista Crescer, ela faz parte de um
número seleto de famílias de sua geração que têm a casa cheia. Hoje, além de
conciliar o casamento, a vida dos filhos e a carreira, Julyana também comanda a
empresa “Mãe de Sete” nas redes sociais. Ali ela compartilha conhecimentos,
alegrias e desafios da maternidade. No Instagram já tem mais de 360 mil
seguidores.
Em
entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil, que
vai ao ar nesta segunda-feira (21), às 23h, a especialista ressaltou a importância
da inteligência emocional na criação dos filhos. Para ela, muitas mães não
sabem como lidar com isso. “Elas estão vendo onde essa geração está chegando, o
nível de suicídio de adolescentes, de crianças de 12, 13 anos, de automutilação
aos 10 anos de idade. As mães não sabem o que fazer”, afirma. Para Julyana, é
preciso estudar para ser pai e para ser mãe, pois há um gap muito grande de
gestão emocional das famílias. “Eles [os filhos] não sabem lidar com
frustrações, não sabem lidar com limites, não sabem lidar com essa quantidade
de informações que têm, com as redes sociais, com essa falta de permissão de
sofrer, né? Porque a gente sofria e eles não podem, as redes sociais não
permitem isso. Então, como preparar meus filhos para crescerem nesse mundo de
hoje e ter inteligência emocional?”, questiona.
Para
a educadora parental, uma família numerosa tem a vantagem de ensinar. “Eles
trabalham como um time, e a gente é muito unido. Claro que tem a parte
financeira, tem uma grande demanda emocional, o tempo, mas é um time. A gente
consegue dividir muita coisa, acho que é maravilhoso”, comemora.
Para
Julyana, aprender a lidar com sete personalidades diferentes exigiu dela maior
flexibilidade. “A gente precisa estar mais presente, estar menos nas telas, se
relacionar, ouvir. O o problema é que a gente ouve julgando, ouve criticando e
achando que precisa dar uma resposta, mas às vezes a gente só precisa ouvir”,
aconselha. “A gente não tem mais relacionamento, a gente tem expectativa,
exigência, cobrança e uma dificuldade muito grande de ensinar gestão
emocional”, complementa.
Mesmo
com uma rotina corrida, Julyana faz questão de arrumar tempo para cuidar de si
mesma e também da vida a dois. “A gente não consegue ser boa mãe se a gente não
está bem com a gente. Porque na hora em que eles surtam, você surta junto,
então é questão de saúde mental.”
Apesar
de ser grande incentivadora da maternidade, Julyana, que está à frente de uma
família nada convencional, fala das responsabilidades que envolvem essa decisão
na vida feminina. “Eu acho que a mulher pode e deve ter o direito de escolher
não ser mãe. Não acho que ser mãe é a única fonte de prioridade de uma mulher.
Conheço muitas mulheres que estão felizes, que estão realizadas e que optaram
por não ser mães porque a maternidade é uma escolha que dá responsabilidades”.
E finaliza: “A maternidade ela vem para te amadurecer, para te resgatar, para
ensinar coisas que você precisa trabalhar.”
Agência Brasil